Pallade Veneta - Parlamento Europeu aprova projeto de lei sobre biodiversidade

Parlamento Europeu aprova projeto de lei sobre biodiversidade


Parlamento Europeu aprova projeto de lei sobre biodiversidade
Parlamento Europeu aprova projeto de lei sobre biodiversidade / foto: FREDERICK FLORIN - AFP

O Parlamento Europeu aprovou, nesta quarta-feira (12), por uma margem apertada um projeto de lei de biodiversidade que visa restaurar os habitats terrestres e aquáticos da União Europeia, apesar da oposição conservadora.

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O texto, que faz parte do chamado Pacto Verde da União Europeia, impõe objetivos vinculativos aos Estados-membros para a recuperação dos espaços terrestres e marinhos afetados pela poluição ou exploração intensiva, visando preservar a sua biodiversidade.

O grupo parlamentar do Partido Popular Europeu (PPE), o maior da Câmara, tentou se opor ao texto, argumentando que ele reduziria a segurança alimentar da UE e limitaria as possibilidades de construção de energia eólica e hidrelétrica.

Mas foi superado em número por outros deputados que temiam que uma derrota do texto enviasse um sinal de que a Europa está se afastando de seus objetivos verdes.

O texto foi aprovado com 336 votos a favor, 300 contra e 13 abstenções. É o primeiro passo para o Parlamento negociar uma lei definitiva sobre o tema com os governos dos Estados-membros da UE.

O eurodeputado espanhol César Luena (esquerda), relator do texto, festejou uma "vitória coletiva" e "uma boa notícia para a natureza, os Estados-membros e a própria UE".

Por outro lado, os ambientalistas lamentaram um texto "muito brando" em comparação com as propostas iniciais da Comissão Europeia.

É uma "vitória com sabor amargo", declarou a eurodeputada ambientalista Caroline Roose.

- Emblema da batalha política -

O projeto de lei visa interromper o declínio da biodiversidade e combater melhor as mudanças climáticas, exigindo a reparação de ecossistemas danificados.

Segundo Bruxelas, mais de 80% dos habitats naturais da UE estão em estado de conservação "deficiente ou medíocre" e até 70% do solo está em más condições.

O texto obrigaria os 27 Estados-membros a introduzirem medidas de restauração para 20% das áreas terrestres e marinhas da UE antes de 2030, e para todas as áreas que necessitem antes de 2050.

"O Parlamento Europeu votou a favor de objetivos juridicamente vinculativos para restaurar áreas naturais degradadas", disse o Greenpeace, que o descreveu como "o primeiro ato legislativo em 30 anos para proteger a biodiversidade na UE".

A lei, proposta em meados de 2022 pela Comissão Europeia, tornou-se um emblema da batalha política entre os blocos do Parlamento apenas um ano antes das eleições europeias.

Como em outras leis do Pacto Verde, os conservadores expressaram preocupação com o impacto na agricultura, pesca e na energia renovável.

"Restaurar a natureza não deve significar a morte de toda a produção econômica, industrial, florestal e agrícola da Europa", afirmou a deputada conservadora francesa Anne Sander.

Os defensores do texto criticaram uma "estratégia eleitoreira" dos conservadores, a quem denunciaram por "declarações falsas" e por uma aproximação com a extrema direita e os eurocéticos antes das eleições de junho de 2024.

L.Barone--PV