MET de Nova York 'examinará' procedência de obras de arte
O Metropolitan Museum of Art (MET) de Nova York vai "examinar" a origem de algumas obras de arte para determinar se foram roubadas e, neste caso, "restitui-las" aos países de origem, informou a instituição.
Uma carta do diretor do museu, Max Hollein, aos funcionários, divulgada pelo jornal The New York Times, indica que "corresponde ao MET", um dos museus mais prestigiosos do mundo, "comprometer-se de forma mais intensa e pró-ativa na análise de determinadas áreas" de sua coleção.
Concretamente, o museu vai destinar mais "recursos" para recrutar uma equipe de pesquisadores encarregados de determinar a "procedência" de algumas obras de arte e antiguidades de seu acervo de um milhão e meio de peças.
"Vamos ampliar, acelerar e intensificar as nossas investigações de todas as obras que chegaram ao museu através de 'marchands' que foram objeto de investigação" por parte da Justiça, assegura Hollein, estimando que a maior parte das peças sob suspeita foram adquiridas pelo MET entre "1970 e 1990".
"O MET tem um longo histórico de análise exaustiva de nossos acervos e restituição de obras de arte", diz o diretor, que cita a devolução, nos últimos anos, de antiguidades ao Egito, Grécia, Itália, Nepal, Nigéria, Turquia e, no mês passado, à Índia.
Como todos os grandes museus ocidentais, o MET está sob a pressão de "um ambiente de mudanças em relação aos bens culturais", reconhece Hollein, e já se viu envolvido em processos judiciais sobre obras provavelmente roubadas.
A Justiça de Nova York devolveu na terça-feira à China duas esculturas funerárias de pedra do século VII, no valor de 3,5 milhões dólares (cerca de 17,3 milhões de reais no câmbio atual), que foram objeto de tráfico internacional e estavam no MET.
Desde 2020, a procuradoria de Manhattan realiza uma campanha para restituir antiguidades saqueadas em cerca de vinte países que foram parar em museus ou galerias de Nova York.
As esculturas funerárias chinesas foram emprestadas "de 1998 a 2023" ao MET por Shelby White, de 85 anos, administradora e filantropa do museu, em cuja casa a Justiça recuperou, em 2021 e 2022, cerca de vinte obras de arte roubadas.
O.Mucciarone--PV