Suposto traficante é uma das vítimas de ataque a pilotos de rali no México
Um homem supostamente ligado ao tráfico de drogas morreu no ataque armado de sábado durante uma competição de rali amador que deixou outros nove mortos no balneário de Ensenada, no México, informou o Ministério Público nesta segunda-feira (22).
A vítima, que participava como piloto na corrida, foi identificada como Alonso Arambula Piña, disse o promotor de Baja California, Ricardo Iván Carpio, em entrevista coletiva.
"O alvo direto desta agressão é quem tripulava o veículo marcado com o número 15 e que tinha uma estampa [símbolo] de um trevo", disse o promotor.
No mesmo veículo estava um funcionário de um município da região, identificado como José Eduardo Orozco Piña, e que também morreu.
O ataque ocorreu durante uma corrida no sábado. Quando os pilotos fizeram uma parada à margem da pista, homens encapuzados chegaram em uma van e desceram atirando contra os participantes.
O promotor explicou que Arambula Piña supostamente tinha vínculos com o cartel de Sinaloa, liderado pelos filhos de Joaquín 'el Chapo' Guzmán - que está preso nos Estados Unidos - e que o ataque seria resultado de disputas que o grupo mantém com o cartel de Tijuana.
Ele acrescentou que "algumas" das outras vítimas estavam envolvidas "em atividades ilícitas, particularmente o tráfico de drogas", mas não detalhou se morreram, se estão entre os dez feridos ou se participavam como pilotos.
O veículo usado pelos atiradores "tinha uma notificação de roubo" nos Estados Unidos de abril, detalhou Ricardo Carpio.
Por seus terrenos desérticos, a Baja California sedia corridas de veículos 4x4 com a participação de pilotos de todo o mundo.
Ensenada fica a cerca de 100 km da fronteira com a Califórnia, nos Estados Unidos, e é um destino turístico bastante atrativo para os americanos.
Nos últimos meses, multiplicaram-se os ataques em lugares públicos de lazer no México, como o tiroteio registrado em 15 de maio durante um jogo de futebol organizado por famílias em um parque de uma área residencial no estado de Hidalgo (centro), que deixou seis mortos.
Em 15 de abril, homens armados invadiram um parque aquático repleto de famílias e mataram sete pessoas, incluindo um menor de idade.
O México está envolvido em uma espiral de violência que deixa quase 400.000 mortos e dezenas de milhares de desaparecidos desde 2006, quando o governo iniciou uma polêmica ofensiva antidrogas com apoio dos Estados Unidos e participação das Forças Armadas mexicanas.
A.Saggese--PV