Polícia de Hong Kong oferece recompensa por informações para captura de ativistas no exterior
A polícia de Hong Kong ofereceu, nesta segunda-feira (3), uma recompensa de um milhão de dólares locais (pouco mais de US$ 127 mil e R$ 611 mil), para quem fornecer qualquer informação que facilite a captura no exterior de oito ativistas pró-democracia, procurados por crimes contra a segurança nacional.
Os ativistas fugiram de Hong Kong depois que Pequim impôs uma lei de segurança nacional rigorosa nesta região administrativa especial.
A medida aniquilou qualquer indício de dissidência após os protestos multitudinários pró-democracia de 2019.
Os procurados "cometeram ofensas muito graves que colocam a segurança nacional em perigo", confirmou o superintendente-chefe do Departamento de Segurança Nacional, Steven Li.
O grupo inclui os legisladores pró-democracia Nathan Law Kwun-chung, exilado no Reino Unido, Ted Hui Chi-fung e Dennis Kwok Wing-hang, assim como o sindicalista veterano Mung Siu-tat.
Os outros quatro são Elmer Yuen Gong-yi, Finn Lau Cho-dik, Anna Kwok Fung-yee e Kevin Yam Kin-fung.
"Não toleramos as tentativas por parte da China de intimidar e silenciar indivíduos no Reino Unido e no exterior", declarou o ministro das Relações Exteriores britânico, James Cleverly, em um comunicado.
"Instamos Pequim a retirar a lei de segurança nacional e as autoridades de Hong Kong a parar de atacar quem defende a liberdade e a democracia", acrescentou.
Os ativistas foram acusados de conspirar com forças estrangeiras contra a segurança nacional, um crime punível com prisão perpétua.
Alguns também foram acusados de subversão, incitação à subversão e secessão, mas a polícia não pode detê-los caso estejam fora do país, disse Li. "Mas não deixaremos de ir atrás deles", confirmou.
As forças de segurança de Hong Kong oferecem uma recompensa de 1 milhão de dólares locais por cada ativista a qualquer pessoa que fornecer informações sobre o paradeiro deles, contanto que possa levar "à prisão ou a um processo satisfatório".
A nova lei de segurança nacional, sob a qual 260 pessoas já foram presas, tem o poder de responsabilizar os acusados mesmo que estejam fora do território.
Segundo as regras, os casos de prisão são tratados por policiais, promotores e juízes nomeados por Hong Kong, mas Pequim pode assumir o controle de alguns deles.
O anúncio da polícia acontece dois dias depois da celebração do 26º aniversário da devolução do território à China.
A.Tucciarone--PV