Candidato à Presidência do Equador denuncia ter sido alvo de atentado
O candidato à Presidência do Equador, Daniel Noboa, disse, nesta quinta-feira (17), que saiu ileso de um atentado a tiros, uma semana depois de outro presidenciável ser assassinado. As autoridades questionam sua versão.
"Acabam de atentar em Durán contra a caravana em que transitávamos, graças a Deus saímos ilesos", escreveu o candidato direitista na rede social X, antigo Twitter.
A Polícia e o ministro do Interior, Juan Zapata, contradisseram sua versão. Circulam nas redes sociais vídeos de um suposto tiroteio em Durán, cidade vizinha à portuária Guayaquil, onde Noboa realizava um ato de encerramento de sua campanha às presidenciais de domingo.
"Depois de fazer as respectivas verificações no local, o atentado foi descartado", informou a Polícia pela rede X, sem dar mais detalhes ou especificar se houve, de fato, troca de tiros.
Também pelo X, Zapata descartou "um ataque armado contra o candidato" e acrescentou que o pessoal da polícia "está mobilizado na região".
Noboa acrescentou que vai continuar com suas atividades políticas em Guayaquil. "O amedrontamento e o medo não têm lugar no país que amamos e que estamos comprometidos a mudar de uma vez por todas".
Um membro da equipe de campanha do candidato disse à AFP que "os tiros começavam enquanto a caravana passava".
A campanha às eleições presidenciais no Equador vive momentos de tensão após o assassinato do candidato de centro Fernando Villavicencio, em 9 de agosto. Um pistoleiro colombiano atirou nele quando saía de um comício.
A maioria dos sete presidenciáveis usa coletes à prova de bala desde então. No domingo, dia do único debate oficial, Noboa apareceu vestindo o traje de proteção.
Durán é um dos principais centros operacionais dos narcotraficantes, que contrabandeiam cocaína a partir dos portos do Pacífico.
Filho de um magnata equatoriano, Noboa aparece nos últimos lugares nas pesquisas de intenção de voto.
As pesquisas são lideradas pela correísta Luisa González, o direitista Jan Topic e o líder indígena Yaku Pérez.
Antes de morrer, Villavicencio era o segundo colocado nas pesquisas da empresa Cedatos.
Em 2022, o Equador bateu um recorde de 26 homicídios por 100.000 habitantes, e analistas estimam que a taxa poderia subir para 40/100.000 este ano.
N.Tartaglione--PV