Pallade Veneta - Tribunal anula suspensão do partido do candidato Arévalo na Guatemala

Tribunal anula suspensão do partido do candidato Arévalo na Guatemala


Tribunal anula suspensão do partido do candidato Arévalo na Guatemala
Tribunal anula suspensão do partido do candidato Arévalo na Guatemala / foto: LUIS ACOSTA - AFP

A Corte Suprema de Justiça da Guatemala (CSJ) anulou na sexta-feira a ordem de um polêmico juiz que inabilitou temporariamente o partido Semilla do candidato social-democrata Bernardo Arévalo, favorito para o segundo turno presidencial de domingo.

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"Por unanimidade, o amparo é definitivamente concedido" ao partido político Semilla, que anula a suspensão da personalidade jurídica da legenda, disse o porta-voz do CSJ, Rudy Esquivel.

Arévalo, filho do presidente progressista Juan José Arévalo (1945-1951), disputará as urnas com a ex-primeira-dama Sandra Torres, também social-democrata.

O rosto do Semilla, apesar de não ter aparecido nas pesquisas do primeiro turno do dia 25 de junho, agora lidera as pesquisas divulgadas esta semana.

Esquivel disse à AFP que a decisão garante "a participação de Semilla no processo (eleitoral) do segundo turno".

Em 12 de julho, o juiz Fredy Orellana determinou a suspensão da personalidade jurídica do partido Arévalo, que surpreendeu no primeiro turno presidencial ao ficar em segundo lugar.

A ordem de Orellana atendeu a um pedido feito pelo chefe da Procuradoria Especial Contra a Impunidade (FECI), Rafael Curruchiche, por supostas irregularidades no registro do Semilla entre 2017 e 2018.

No entanto, um dia depois, a mais alta instância judicial do país, a Corte Constitucional (CC), suspendeu provisoriamente a decisão judicial de Orellana e permitiu que o segundo turno ocorresse na data prevista.

Com a decisão da Suprema Corte na sexta-feira, a suspensão ficou definitivamente sem efeito.

- Encruzilhada -

Tanto Arévalo quanto Torres encerraram suas respectivas campanhas eleitorais nesta sexta-feira.

A ex-primeira-dama aproveitou para atacar o adversário e questionar a transparência da votação ao afirmar que estrangeiros e apoiadores do Semilla podem alterar o sistema de informática do TSE.

"Nós questionamos esse processo eleitoral, estamos muito preocupados com qualquer alteração de dados", declarou Torres em entrevista coletiva antes do encerramento de sua campanha.

A candidata também insinuou que o TSE e os observadores eleitorais da Organização dos Estados Americanos (OEA) são favoráveis ao partido de Arévalo.

"Peço à OEA que mostre que não está favorecendo nenhum partido político (...) hoje a democracia está em risco, porque querem roubar nossas eleições", acrescentou a ex-mulher do falecido presidente de esquerda Álvaro Colom (2008 - 2012).

Arévalo encerrou sua campanha na quarta-feira diante de milhares de apoiadores na praça central da capital, expressando seu compromisso de combater a corrupção e evocar a “primavera” democrática de 1944, liderada por seu pai.

“Há anos somos vítimas, presas de políticos corruptos”, disse o candidato. “Aqueles que querem que a Guatemala não mude têm como principal porta-voz nossa concorrente nestas eleições”, acrescentou, referindo-se a Torres.

Na sexta-feira, a Missão de Observação Eleitoral da OEA reiterou sua preocupação com a judicialização das eleições de domingo na Guatemala, depois que o Ministério Público anunciou que possivelmente haverá prisões de dirigentes do partido de Arévalo.

A.Saggese--PV