Pallade Veneta - Começa primeira audiência da investigação republicana pelo impeachment de Biden

Começa primeira audiência da investigação republicana pelo impeachment de Biden


Começa primeira audiência da investigação republicana pelo impeachment de Biden
Começa primeira audiência da investigação republicana pelo impeachment de Biden / foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS - AFP

Há indícios suficientes para submeter Joe Biden a um processo de impeachment? Os republicanos pensam que sim e, nesta quinta-feira (28), abriram uma investigação por suposta "corrupção" contra o presidente americano, o que os democratas consideram uma loucura.

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Com maioria na Câmara de Representantes desde janeiro, membros da ala mais conservadora do Partido Republicano acusam o líder democrata de ter "mentido" para o povo americano sobre os negócios de seu filho Hunter Biden no exterior.

Essa investigação quase não tem chances de sucesso, mas pode se tornar uma dor de cabeça para a Casa Branca antes da eleição presidencial de 2024, nas quais Biden concorre e poderá ter seu antecessor imediato, o republicano Donald Trump, como rival.

- "Provas" -

Durante a primeira sessão parlamentar sobre o procedimento, o chefe do comitê investigativo da Câmara, James Comer, afirmou ter encontrado "uma quantidade esmagadora de provas que demonstram que o presidente Joe Biden abusou de seu cargo público para beneficiar financeiramente sua família".

"Durante anos, o presidente Biden mentiu ao povo americano sobre seu conhecimento e participação nos negócios corruptos de sua família", afirmou o republicano.

O porta-voz da Casa Branca Ian Sams afirmou que este processo "é uma loucura" e acusa os republicanos de realizarem a audiência nesta quinta-feira para desviar a atenção da crise, para a qual o país caminha, devido à incapacidade do Congresso de aprovar um orçamento.

Os congressistas democratas concordam com ele.

"Se os republicanos tivessem alguma prova irrefutável, a apresentariam hoje", zombou Jamie Raskin, acusando a ala conservadora do partido de prosseguir com esta investigação apenas por causa das "pressões" de Trump, que foi indiciado duas vezes pelo Congresso e exigiu insistentemente que seu sucessor fosse investigado.

- Sem chances de sucesso -

Hunter Biden, filho mais novo do presidente e ex-empresário de 53 anos, tornou-se o principal alvo dos republicanos.

Os congressistas acusam-no de ter realizado negócios duvidosos na Ucrânia e na China, enquanto Joe Biden era vice-presidente de Barack Obama (2009-2017), aproveitando-se do nome e dos contatos do pai.

A Constituição dos Estados Unidos afirma que o Congresso pode destituir o presidente por traição, corrupção e outros crimes graves.

O procedimento ocorre em duas etapas. Depois de realizada uma investigação, a Câmara de Representantes vota, por maioria simples, os artigos da acusação que detalham os fatos contra o presidente: é o que se conhece como julgamento político, ou "impeachment".

Caso proceda a acusação, o Senado, a câmara alta do Congresso, julga o presidente. Se chegar a esta fase, é muito provável que Biden seja absolvido, porque seu partido tem maioria nesta câmara.

- Outros casos -

O presidente, de 80 anos, sempre apoiou publicamente o filho, que tem um passado de dependências e se encontra envolvido em problemas jurídicos, acusado de porte ilegal de arma de fogo.

"Acordo todos os dias (...) sem pensar muito no impeachment. Tenho um trabalho a fazer. Tenho que lidar com os problemas que afetam o povo americano todos os dias", disse ele em setembro.

A ala trumpista do Partido Republicano pede, há meses, a abertura de um processo de impeachment contra Biden.

Este grupo tem grande influência no partido, a tal ponto que, em janeiro, obrigou o presidente da Câmara de Representantes, Kevin McCarthy, a fazer concessões para ser eleito no cargo.

Nenhum presidente sofreu impeachment na história dos Estados Unidos.

Vários foram, no entanto, submetidos a julgamento: Andrew Johnson, em 1868; Bill Clinton, em 1998; e Donald Trump, em 2019 e 2021. Todos foram absolvidos. Richard Nixon preferiu renunciar em 1974 para evitar um possível impeachment pelo Congresso pelo escândalo Watergate.

E.Magrini--PV