Pallade Veneta - Proposta para limitar atribuições do STF avança no Congresso

Proposta para limitar atribuições do STF avança no Congresso


Proposta para limitar atribuições do STF avança no Congresso
Proposta para limitar atribuições do STF avança no Congresso / foto: EVARISTO SA - AFP

O Senado aprovou nesta quarta-feira (22) uma proposta que limita as atribuições individuais dos juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) e de outros tribunais superiores, em um novo episódio de conflito entre os poderes após decisões controversas sobre terras indígenas.

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Por 52 votos a favor e 18 contra, os senadores aprovaram uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que impede que os magistrados do STF e de tribunais superiores suspendam de maneira unilateral leis ou ações dos poderes Executivo e Legislativo.

Em essência, a PEC, que agora deverá ser debatida na Câmara dos Deputados, proíbe as "decisões monocráticas" dos onze ministros do STF e de desembargadores em favor de uma "decisão colegiada" tomada pela maioria.

No entanto, prevê uma exceção para casos de "urgência grave" ou "risco de prejuízo irreparável" durante o recesso judiciário, mas a matéria deverá então ser resolvida pelo plenário da corte nos primeiros 30 dias após a retomada da atividade judicial.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse na terça-feira que a medida serviria "para a preservação institucional da boa relação entre os Poderes" e negou que o projeto seja uma "afronta" ao STF.

"Não tem nada de atrito, de revanchismo ou qualquer afronta ao Supremo. Muito pelo contrário, é uma posição que a população brasileira espera de nós, senadores, buscando o mínimo de estabilidade jurídica, de estabilidade política", disse Pacheco.

Os senadores suavizaram a PEC durante o trâmite, retirando da proposta um trecho que limitava os pedidos de vista com o estabelecimento de prazos.

O debate no Congresso para limitar o poder do Judiciário ganhou força nas últimas semanas, depois de várias decisões controversas do Supremo que entraram em choque com a opinião das maiorias no Legislativo, especialmente em relação à demarcação de terras indígenas.

Em setembro, o STF decidiu contra a tese do "marco temporal", à qual se opõem as comunidades indígenas por admitir apenas direitos sobre os territórios que ocupavam em 5 de outubro de 1988, quando a Constituição foi promulgada.

Uma semana depois, o Senado deu luz verde a um projeto, que já tinha sido aprovado em 2022 pela Câmara, consagrando o "marco temporal".

O texto foi vetado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e deve ser examinado de novo pelo Congresso nesta quinta-feira.

B.Cretella--PV