Brasileiro que deteve ataque com faca em Dublin insiste em que não é herói
Um entregador brasileiro, chamado de herói por ajudar a deter um agressor armado com uma faca suspeito de atacar crianças na saída de um colégio irlandês, declarou à AFP neste sábado (25) que agiu "como qualquer pai faria".
Uma criança de cinco anos sofreu feridas graves e permanece hospitalizada após o ataque com arma branca, que desencadeou a pior noite de distúrbios na capital irlandesa, Dublin, em quase duas décadas.
As autoridades afirmam que informações não confirmadas que circulavam nas redes sociais, segundo as quais as facadas haviam sido desferidas por um "imigrante ilegal", acabaram ocasionando distúrbios, nos quais veículos foram queimados e lojas foram saqueadas.
Caio Benício, que trabalha para o aplicativo de entrega de comida Deliveroo, utilizou o capacete de sua moto para deter o agressor quando, supostamente, ele esfaqueava três crianças e uma mulher.
O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, elogiou Benício, de 43 anos, e outros pedestres que intervieram, qualificando-os como "autênticos heróis irlandeses".
Mas Benício - pai de um menino de 12 anos e de uma adolescente de 19 - disse que não se considera "um herói", enquanto voltava para visitar a cena do terrível ataque em Dublin.
"Sou pai. Tenho dois filhos. Acredito que todos os pais fariam o mesmo", afirmou em relação à sua ação improvisada. "É algo em que não se pensa, você (simplesmente) age", destacou.
Benício recebeu agradecimentos de inúmeras pessoas na rua, que o cumprimentaram e o parabenizaram por sua coragem.
O brasileiro recebeu a ajuda de um aprendiz de cozinheiro francês, que está em Dublin fazendo estágio em um restaurante local desde outubro.
O estudante, de 17 anos, que ficou ferido levemente na mão e no rosto, recebeu na sexta-feira um telefonema de felicitação do presidente da França, Emmanuel Macron.
M.Jacobucci--PV