Incêndio em prédio residencial deixa ao menos 4 mortos na Espanha
Pelo menos quatro pessoas morreram e 14 ficaram feridas nesta quinta-feira (22) em um enorme incêndio que consumiu em pouco tempo um edifício de apartamentos de cerca de 14 andares na cidade de Valência, no leste da Espanha, e especialistas apontaram como possível causa o seu revestimento inflamável.
"Podemos confirmar que são quatro pessoas falecidas", disse à imprensa Jorge Suárez Torres, subdiretor de emergências da região de Valência, que detalhou que ainda não é possível afirmar se há desaparecidos.
As chamas engoliram quase por completo o edifício e eram de tamanha intensidade que impediam os bombeiros de acessar seu interior, explicou Suárez, que não quis especular se havia mais mortos.
"Podemos confirmar somente a informação da qual temos confirmação visual", respondeu o funcionário, ao ser perguntado a respeito em uma coletiva de imprensa.
Além disso, ao ser interpelado sobre desaparecidos, Suárez limitou-se a responder que as autoridades estavam "trabalhando com os familiares" para confirmar se é o caso.
Dos 14 feridos, ao menos seis são bombeiros e dois tiveram alta, mas 12 "foram transferidos para diferentes hospitais", informou o serviço de emergência regional de Valência.
Não foram dados detalhes sobre a gravidade dos ferimentos, mas o um balanço inicial fala de fraturas, queimaduras nas mãos e inalação de fumaça.
- Revestimento de poliuretano -
Segundo a imprensa espanhola, a localização dos corpos foi possível com o uso de drones, e Suárez explicou que os bombeiros só conseguiam trabalhar na parte externa do edifício.
"Não se pode indicar por ora quando será possível acessar o interior da estrutura", assim que, por enquanto, "o objetivo é continuar o resfriamento".
O incêndio foi declarado às 17h30 locais (13h30 de Brasília) no quarto andar deste prédio de 138 apartamentos construído há pouco mais de uma década, e se propagou rapidamente pela fachada, segundo testemunhas entrevistadas por veículos espanhóis.
Em declarações à TV regional valenciana A Punt, a vice-presidente do Colégio de Engenheiros Técnicos Industriais de Valencia, Esther Puchades, atribuiu a voracidade do incêndio a um revestimento de poliuretano na fachada, um material muito inflamável.
O serviço de emergência regional detalhou que estavam no local 22 bombeiros e oito unidades médicas, incluindo uma viatura para atender a múltiplas vítimas, e anunciou a ativação da "situação 2" de emergência, que é estabelecida em casos de "danos extensos".
A Unidade Militar de Emergências também foi enviada ao local para ajudar nos trabalhos de extinção das chamas.
- Condições adversas -
O serviço local de emergência 112 explicou que o incêndio começou no quarto andar e se estendeu para outros.
"Pedimos, por favor, aos moradores de outras partes da cidade que não se aproximem das imediações do incêndio para facilitar o trabalho das equipes de emergência mobilizadas", escreveu na rede social X a prefeita de Valência, María José Catalá.
"Estou consternado diante do terrível incêndio em um edifício de Valência", escreveu no X o presidente do governo espanhol Pedro Sánchez.
Sánchez acrescentou que conversou com as autoridades locais para "conhecer em primeira mão a situação e oferecer toda a ajuda que for necessária".
"Quero transferir minha solidariedade a todas as pessoas afetadas", acrescentou.
Os fortes ventos que atingiram Valência, com rajadas de entre 50 e 60 km/h no momento do incêndio, segundo a agência meteorológica espanhola (Aemet), dificultavam muito os trabalhos de extinção das chamas.
Uma mulher, proprietária de uma floricultura nas imediações do edifício incendiado, explicou à emissora pública TVE que houve cenas de "caos", com "trânsito, polícia, fumaça".
Outro morador local explicou que se surpreendeu com a velocidade de propagação das chamas: "Era como se o edifício fosse de cortiça", descreveu.
Em outubro de 2023, um incêndio em um complexo de discotecas na região vizinha de Múrcia deixou 13 mortos, um incidente pelo qual seis pessoas respondem na Justiça.
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B.Cretella--PV