Daniel Alves pode ter liberdade provisória sob fiança de € 1 milhão
Um tribunal espanhol autorizou nesta quarta-feira (20) a libertação provisória do brasileiro Daniel Alves após o pagamento de uma fiança de 1 milhão de euros (5,4 milhões de reais), enquanto são examinados os recursos contra a sua condenação por estupro.
Na decisão, a Audiência de Barcelona autoriza a libertação do jogador de 40 anos "mediante o pagamento de uma fiança de 1.000.000 de euros", após a qual serão retirados os passaportes espanhol e brasileiro de Alves. Além disso, ele deverá permanecer afastado da vítima do estupro, crime pelo qual foi condenado a quatro anos e meio de prisão, uma sentença que é objeto de recurso tanto da defesa como do Ministério Público.
Alves, segundo o documento judicial, está proibido "de aproximação da denunciante a uma distância não inferior a 1.000 metros da sua residência, local de trabalho e de qualquer outro local frequentado por ela, assim como de comunicar-se com ela por qualquer meio ou procedimento".
A decisão do tribunal foi anunciada um dia após a audiência que examinou o pedido de liberdade provisória enquanto os recursos são avaliados. Daniel Alves afirmou à justiça que não fugiria da Espanha.
A advogada de Alves, Inés Guardiola, afirmou que o cliente já cumpriu um quarto da pena que o tribunal impôs no final de fevereiro - o que, em caso de sentença definitiva, o habilitaria a começar a receber benefícios penitenciários - e insistiu que o brasileiro não fugiria, informaram fontes jurídicas.
- Tempo, "fator atenuante" -
A justiça, que mencionou o risco de fuga para rejeitar os pedidos anteriores de liberdade de Daniel Alves, considera agora que "a passagem do tempo" é um "fator atenuante" de critérios anteriores.
Na audiência de terça-feira, o brasileiro, que estava na prisão e participou por videoconferência, declarou aos juízes que não fugiria caso recebesse o benefício da liberdade provisória e que acredita na justiça, apontaram as mesmas fontes.
Os argumentos não convenceram, no entanto, o Ministério Público, que continuou contrário à libertação do ex-jogador do Barcelona e do Paris Saint-Germain, entre outras equipes, por considerar que o risco de fuga é elevado.
Após um julgamento com grande cobertura da imprensa, a seção 21 da Audiência de Barcelona condenou Daniel Alves a quatro anos e meio de prisão pelo estupro de uma mulher no banheiro de uma casa noturna da cidade espanhola no final de 2022.
A sentença também determina cinco anos adicionais de liberdade supervisionada, uma ordem de restrição que impede sua aproximação da vítima durante nove anos e meio e o pagamento de uma indemnização de 150.000 euros (820.000 reais).
Um dos jogadores com mais títulos na história do futebol, Daniel Alves jogou em clubes como Sevilla e Juventus de Turim, além de ter integrado o Barcelona vitorioso de Messi e Guardiola.
Após sua prisão provisória em janeiro de 2023, seu time da época, o Pumas do México, rescindiu seu contrato.
A.Fallone--PV