Parlamento israelense aprova lei que permite proibir Al Jazeera no país
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou, nesta segunda-feira (1º), que deseja "agir imediatamente" para proibir a difusão do canal catari Al Jazeera em Israel, após o Parlamento aprovar uma lei que autoriza tal ação.
"O canal terrorista Al Jazeera deixará de ser exibido em Israel. Tenho a intenção de atuar imediatamente em conformidade com a nova lei para colocar fim às atividades do canal", escreveu o premiê israelense na rede social X.
Netanayhu fez o anúncio depois de a Knesset, o Parlamento israelense, votar a favor da proibição da difusão em Israel das mídias estrangeiras que ameacem a segurança do Estado.
Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, expressaram preocupação diante da possibilidade de proibição da Al Jazeera no país.
"Se for verdade, uma medida como esta é preocupante", afirmou em Washington a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.
A nova lei, aprovada por 70 votos a favor e 10 contra, permite proibir a veiculação dos conteúdos de canais estrangeiros e fechar seus respectivos escritórios em solo israelense.
Netanyahu acusou a Al Jazeera de ser "um órgão de propaganda do Hamas e de ter participado ativamente no massacre de 7 de outubro".
A emissora catari denunciou as acusações de Netanyahu e os passos dados por seu governo para proibir a difusão de suas transmissões em Israel.
A Al Jazeera "condena estas declarações e considera que não são mais que uma mentira perigosa e ridícula", informou a empresa em um comunicado.
A guerra em Gaza eclodiu em 7 de outubro, após o ataque dos combatentes do Hamas em Israel, que deixou 1.160 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP com base em dados israelenses.
Em restaliação, as autoridades israelenses prometeram "aniquilar" o grupo islamista, e sua ofensiva aérea e terrestre no território palestino deixaram até o momento 32.845 mortos, segundo o último balanço do Ministério da Saúde de Gaza, governado pelo Hamas desde 2007.
Em janeiro, Israel acusou um jornalista da Al Jazeera e um freelancer, mortos em um bombardeio em Gaza, de serem "agentes terroristas". Também afirmou que outro comunicador do canal catari, que ficou ferido em um ataque, era um "vice-comandante da companhia" do movimento islamista Hamas.
A emissora nega as acusações e afirma que Israel ataca sistematicamente seus funcionários e a Faixa de Gaza.
Em dezembro, o diretor de seu escritório neste território palestino, Wael al Dahdouh, ficou ferido em um bombardeio israelense, no qual morreu um cinegrafista do canal.
L.Bufalini--PV