Constituído júri que decidirá destino do poderoso senador americano Bob Menéndez
Após dois dias e meio de seleção, foi constituído, nesta quarta-feira (15), o júri que vai decidir o destino do poderoso senador democrata de origem cubana Bob Menéndez e de dois empresários acusados de participarem de uma rede de corrupção para ajudar os governos de Egito e Catar em troca de dinheiro.
A promotoria começou a apresentar as acusações, que serão respondidas pelas respectivas defesas dos réus.
Os 12 membros do júri, cidadãos anônimos de Nova York, a maioria deles com formação universitária, bem como seis suplentes, selecionados entre 150 candidatos escolhidos por sorteio, terão de definir "além de qualquer dúvida razoável" a culpa ou a inocência dos acusados, em um julgamento que deve demorar entre cinco e sete semanas, segundo o juiz Sidney Stein.
O senador de 70 anos, um dos pesos pesados do Partido Democrata, juntamente com sua esposa Nadine Menéndez, é acusado de usar seu poder e influência para proteger e enriquecer os empresários corréus, beneficiar o governo egípcio e ajudar a garantir investimentos para um fundo catari em troca de centenas de milhares de dólares entre 2018 e 2022.
Soma-se a essa acusação uma outra por obstrução da justiça em março, quando Bob Menéndez estava sendo investigado pelos supostos subornos recebidos.
Na casa do senador e de sua esposa, a polícia encontro 480 mil dólares (R$ 2,46 milhões) escondidos entre roupas e 13 barras de ouro em um cofre, além de um Mercedes-Benz conversível, um anel de diamante e móveis.
Ao lado de Menéndez, também estão no banco dos réus os empresários Wael Hana e Fred Daibes, acusados de suborno e fraude.
Todos os três se declararam inocentes, enquanto José Uribe, um outro acusado, confessou ser culpado e colabora com a acusação.
A esposa do senador também é acusada no mesmo caso, mas problemas de saúde fizeram com que o seu julgamento fosse adiado para julho.
Os promotores acusam Bob, que continua no cargo, mas renunciou ao poderoso Comitê de Relações Exteriores do Senado após a acusação, de fornecer “informações sensíveis” do governo dos Estados Unidos, “adotar medidas que ajudaram secretamente o governo do Egito” e ajudar Daibes a investir em um fundo vinculado ao Catar.
As acusações mais graves podem resultar em até 20 anos de prisão.
Esta é a segunda vez que Menéndez é julgado por corrupção. O senador democrata escapou da condenação há sete anos, depois de o júri não conseguir chegar a um veredito unânime.
L.Bufalini--PV