Pallade Veneta - Proteger os oceanos 'é imperativo', alerta fórum na Costa Rica

Proteger os oceanos 'é imperativo', alerta fórum na Costa Rica


Proteger os oceanos 'é imperativo', alerta fórum na Costa Rica
Proteger os oceanos 'é imperativo', alerta fórum na Costa Rica / foto: Ernesto BENAVIDES - AFP

Autoridades, cientistas e especialistas internacionais concordaram nesta sexta-feira (7) com a necessidade de agir sem demora na proteção dos oceanos, durante um fórum na Costa Rica de preparação para uma reunião crucial da ONU em 2025, na França.

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"Proteger o oceano e o uso sustentável dos recursos marinhos não é uma opção, mas um imperativo", disse o secretário-geral adjunto de Assuntos Sociais das Nações Unidas, Li Junhua, na abertura do encontro "Immersed in Change" (Imersos na Mudança).

O país centro-americano sedia a reunião ao organizar com a França a 3ª Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano (Unoc), prevista para junho de 2025, na cidade de Nice.

O presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves, anfitrião do fórum, destacou que o debate mais importante durante os dois dias de reuniões em San José é analisar o estado de saúde do oceano e compartilhar entre os mais de 40 países convidados, ONGs e acadêmicos boas práticas e experiências para replicar.

"Se não agirmos agora, estaríamos como geração tirando o futuro da humanidade. Esse é o diagnóstico fundamental. É preciso agir já com compromisso, não apenas com palavras bonitas, mas com ação", comentou o presidente em coletiva de imprensa.

Neste fórum serão tratados temas de governança, aquecimento global, pesca e biodiversidade marinha que ajudem na tomada de decisões na França.

- Saúde oceânica -

Os participantes vão discutir a capacidade do oceano de absorver CO2, a necessidade de uma pesca sustentável que permita a recuperação das populações e a luta contra a poluição em suas águas.

O enviado especial do secretário-geral das Nações Unidas para o Oceano, Peter Thomson, informou que este é o momento exato de "interromper a deterioração da saúde do oceano". "Não há planeta saudável sem oceano saudável, e a saúde atual dos oceanos está piorando."

Cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos em 2015 pela ONU, ratificar o Tratado de Proteção do Alto-Mar assinado em 2023 por mais de 70 países e parar com a possível exploração mineral do fundo do mar é essencial, apontaram autoridades.

- Aquicultura como sustento -

Outro dos temas principais é a pesca e a capacidade do oceano de fornecer alimento à humanidade. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) aproveitou o fórum para divulgar um relatório mundial que revelou que a criação de animais aquáticos superou pela primeira vez em produção a pesca de captura.

A aquicultura alcançou "51% do total mundial", com "94,4 milhões de toneladas", e "forneceu 57% dos produtos de animais aquáticos usados para consumo humano no mundo", informou a FAO, destacando que o consumo de animais aquáticos passou de 9,1 para 20,7 quilos anuais por pessoa nos últimos 60 anos e seguirá crescendo, segundo suas projeções.

- Paz com os oceanos -

A Costa Rica propôs a assinatura de uma "Declaração de Paz" com o oceano no encerramento do fórum, na tarde de sábado.

"A ideia de que o mar não pertence a ninguém mudou. A declaração de paz vem contribuir com a ideia de que as águas de alto-mar são de todos, e todos somos corresponsáveis pelo que ali acontece", declarou em coletiva de imprensa o chanceler da Costa Rica, Arnoldo André.

O alto-mar são águas internacionais que começam onde terminam as zonas econômicas exclusivas (ZEE) dos Estados, a cerca de 200 milhas náuticas (370 km) das costas. Apenas cerca de 1% do alto-mar está sob medidas de conservação, e a ferramenta principal do tratado é a criação de zonas marinhas protegidas nessas águas.

P.Colombo--PV