Pelo menos 26 mortos após queda de ônibus em abismo no Peru
Pelo menos 26 pessoas morreram e 14 foram hospitalizadas nesta terça-feira (16), após a queda de um ônibus em um abismo no sul do Peru, segundo a polícia.
O veículo, que partiu com mais de 40 ocupantes de Lima, caiu em um precipício de cerca de 200 metros quando se dirigia para a região andina de Ayacucho.
As autoridades haviam informado 21 mortos em um primeiro relatório.
"Temos (...) em um último balanço 26 pessoas falecidas e 14 feridos pelo acidente", disse à AFP o coronel Jhonny Valderrama, chefe da Divisão de Proteção de Estradas da polícia.
Os dois motoristas do veículo estão entre os feridos, segundo o Hospital de Ayacucho, para onde a maioria das vítimas foi levada.
Brigadas da polícia e dos bombeiros responderam à emergência em meio ao difícil acesso à região e à pouca visibilidade causada pela neblina.
"Esta zona geográfica de Ayacucho é muito difícil para as operações de resgate", comentou mais cedo o coronel Valderrama.
A polícia ainda não apontou as prováveis causas do acidente.
"Não sabemos se meu irmão [Óscar] está no hospital ou se faleceu. Todas as estradas estão cheias de buracos, o governo não faz manutenção", reclamou Juan Ayquipa em declarações à rádio RPP.
Em maio, 17 passageiros de um ônibus morreram nesta mesma estrada, que é cercada de precipícios e conecta a costa com o sul andino do Peru.
- Alta periculosidade -
Segundo o Ministério dos Transportes, o veículo acidentado nesta terça-feira passou por dois postos de controle e tinha autorização para levar passageiros.
"Já foi verificado que o veículo estava com a inspeção técnica veicular; tinha Seguro Obrigatório de Acidentes de Trânsito (...), tudo estava em vigor, mas será necessária uma investigação para determinar qual foi a causa do acidente", indicou à imprensa o ministro Raúl Pérez.
Pérez também expressou suas condolências às famílias que "perderam seus entes queridos em um acidente trágico".
Em 2019, a taxa de mortalidade por acidentes de trânsito no Peru era de 14 pessoas por 100 mil habitantes, ligeiramente abaixo da média de 17 vítimas nas Américas, segundo o Banco Mundial.
Depois de reforçar os controles, as autoridades conseguiram reduzir a taxa para 9,5 mortes por cada 100 mil habitantes no ano passado, mas o derramamento de sangue nas estradas continua sendo um problema.
Em 2023, foram reportados oficialmente 87.172 acidentes, que deixaram 3.316 mortos, segundo o Ministério dos Transportes.
As autoridades relacionam a alta periculosidade principalmente a três causas: imprudência ao volante, excesso de velocidade e embriaguez.
O.Pileggi--PV