Pallade Veneta - EUA denuncia TikTok por violar privacidade de menores

EUA denuncia TikTok por violar privacidade de menores


EUA denuncia TikTok por violar privacidade de menores
EUA denuncia TikTok por violar privacidade de menores / foto: JOE RAEDLE - GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP/Arquivos

Os Estados Unidos processaram nesta sexta-feira (02) a plataforma TikTok por violar a privacidade dos usuários menores de idade ao colher dados sobre eles sem a permissão de seus pais.

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O Departamento de Justiça e a Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) uniram forças em uma ação civil alegando que o popular aplicativo de compartilhamento de vídeos violou a Lei de Proteção à Privacidade Infantil na Internet.

Segundo autoridades americanas, a empresa cometeu uma "violação generalizada das leis que protegem a privacidade das crianças".

Devido à metodologia da plataforma, que pertence ao grupo chinês ByteDance, milhões de crianças menores de 13 anos foram submetidas a uma "extensa coleta de dados" e "interagiram com usuários adultos e acessaram conteúdo para adultos", resumiu o Departamento em um comunicado.

Argumenta-se que o TikTok permitiu "conscientemente" que menores criassem contas e navegassem em sua rede social, frequentada por 170 milhões de pessoas nos Estados Unidos.

O Departamento de Justiça alegou que, desde 2019, o aplicativo e sua empresa controladora "coletaram e armazenaram uma ampla gama de informações pessoais sobre essas crianças sem informar seus pais ou obter seu consentimento, mesmo para contas criadas no 'Kids Mode' [Modo Crianças]".

Esta ação judicial "é necessária para impedir que crianças menores de 13 anos usem o aplicativo TikTok normalmente", afirmou o procurador-geral adjunto Brian Boynton, citado no comunicado de imprensa.

Boynton também destacou a necessidade de impedir que os réus, "que são reincidentes e operam em grande escala, coletem e usem dados privados de crianças pequenas sem o consentimento ou controle dos pais".

A FTC entregou um relatório ao Departamento de Justiça em junho porque "tinha motivos para acreditar" que o TikTok e a ByteDance "estavam violando ou estavam em processo de violar a lei".

- Acompanhamento -

A FTC fazia uma investigação para garantir que a plataforma respeitava as condições de um acordo amistoso alcançado em 2019, quando acusou o precursor do TikTok, Musical.ly, de ter coletado indevidamente dados pessoais de usuários menores.

O TikTok aceitou pagar 5,7 milhões de dólares (R$ 32,7 milhões) a título de indenização e havia se comprometido a respeitar as disposições da lei chamada Coppa (sigla em inglês para Lei de Proteção da Privacidade das Crianças na Internet), aprovada em 1998.

Em mensagem na rede X, o TikTok se disse "decepcionado de que a agência houvesse escolhido o contencioso antes de continuar trabalhando em conjunto para encontrar uma solução razoável".

"Não concordamos com essas acusações, muitas das quais se referem a práticas passadas, que são apresentadas erroneamente ou que já foram abordadas", disse à AFP um porta-voz da empresa. "Estamos orgulhosos dos nossos esforços para proteger as crianças", acrescentou, referindo-se às salvaguardas implementadas pela empresa, como a exclusão de contas de usuários menores de 13 anos e os limites de tempo de visualização.

O Congresso americano aprovou em abril um projeto de lei para obrigar a ByteDance a vender para uma companhia local o seu aplicativo carro-chefe nos nove meses seguintes, com a ameaça de proibir sua atividade nos Estados Unidos.

As autoridades americanas e legisladores acusam a empresa de coletar dados sobre cidadãos americanos para o governo chinês e acreditam que isso representa uma ameaça para a segurança nacional.

"A FTC continuará utilizando todo o alcance de seus poderes para proteger as crianças na internet, especialmente na medida em que as empresas implementam ferramentas digitais cada vez mais sofisticadas para monitorar as crianças e tirar proveito de seus dados", disse nesta sexta Lina Khan, a presidente desta agência.

R.Lagomarsino--PV