Justiça argentina interroga jogadores de rúgbi franceses acusados de estupro
Os dois jogadores de rúgbi franceses acusados de estupro na Argentina enfrentam, nesta quinta-feira (8), seu primeiro interrogatório na Justiça, um mês depois de sua prisão na província de Mendoza, 1.000 quilômetros a oeste da capital argentina.
Oscar Jegou e Hugo Auradou, ambos de 21 anos, devem responder ao promotor Darío Nora pela acusação de "abuso sexual com acesso carnal [como o estupro é denominado na lei argentina] agravado pela participação de duas pessoas", o que sua defesa rejeitou.
Se forem considerados culpados, podem ser condenados a até 20 anos de prisão.
O interrogatório, que estava marcado para as 8h30 locais (mesmo horário em Brasília), começou tarde, às 11h00, e o primeiro da fila foi Auradou, disse à AFP uma fonte responsável pelo caso. Estima-se que dure várias horas.
O advogado dos réus, Rafael Cúneo Libarona, declarou à imprensa que ao final do interrogatório solicitará a libertação imediata de seus clientes que se encontram em prisão domiciliar.
"Assim que terminar o depoimento, solicitaremos hoje sua soltura", disse ao entrar no Polo Judiciário de Mendoza.
A advogada da vítima, Natacha Romano, considerou que o promotor "teria que pedir a prisão preventiva", para o qual tem o prazo até 12 de agosto.
"Caso peçam a liberdade e sejam autorizados a sair do país, ou seja, caso seja levantada a proibição de saída, continuam indiciados e depois voltarão para o debate, mas não é a previsão que temos, as provas são contundentes", disse Romano, antecipando que pressionará por um recurso se o promotor não solicitar a prisão preventiva.
Na última terça-feira ocorreu o depoimento da denunciante, uma mulher de 39 anos que alegou ter sido espancada e estuprada por ambos os atletas na madrugada de 6 para 7 de julho em um hotel central de Mendoza.
Os acusados estavam hospedados lá com o restante da seleção francesa após terem disputado uma partida contra o time argentino de rúgbi Los Pumas, em Mendoza.
Eles foram presos no dia 8 de julho, quando a equipe já estava em Buenos Aires, e levados de volta a Mendoza, onde, após passarem uma semana na prisão, foram colocados em prisão domiciliar.
O depoimento da mulher foi o segundo desde que ela apresentou a denúncia e durou mais de quatro horas.
"O relato não teve lacunas", disse a advogada Romano ao final do depoimento.
Mas o advogado Cúneo Libarona, presente durante o depoimento, considerou que a denunciante incorreu em "contradições notáveis" em relação ao seu primeiro depoimento. "A inocência dos jogadores de rúgbi foi provada", disse ele.
N.Tartaglione--PV