Pallade Veneta - Recuperados os 62 corpos das vítimas da tragédia aérea em Vinhedo

Recuperados os 62 corpos das vítimas da tragédia aérea em Vinhedo


Recuperados os 62 corpos das vítimas da tragédia aérea em Vinhedo
Recuperados os 62 corpos das vítimas da tragédia aérea em Vinhedo / foto: Nelson ALMEIDA - AFP

As autoridades concluíram, neste sábado (10), o resgate dos corpos das 62 vítimas do acidente aéreo em Vinhedo, no interior de São Paulo, enquanto avançavam na análise das caixas-pretas da aeronave para determinar as causas que levaram à sua queda.

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O avião caiu na sexta-feira (9) sobre uma área residencial da cidade de Vinhedo, cerca de 80 km a noroeste da cidade de São Paulo.

De acordo com a companhia aérea Voepass, todos os ocupantes do avião tinham documentação brasileira, mas também havia uma mulher com dupla nacionalidade portuguesa e três venezuelanos.

"Ao todo, 62 corpos, sendo 34 masculinos e 28 femininos, foram resgatados e encaminhados para a unidade central do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo para a identificação e liberação às famílias", informou o governo do estado de São Paulo em seu boletim atualizado.

"Duas vítimas já foram identificadas", acrescentou.

Mais cedo, o prefeito de Vinhedo, Dario Pacheco, havia informado que os dois corpos identificados são do piloto e do copiloto, dois dos quatro tripulantes da aeronave.

Dezenas de bombeiros e policiais trabalharam desde a madrugada de sábado para retirar os restos humanos dos restos d6a fuselagem do avião da fabricante franco-italiana ATR.

Após uma queda livre que foi registrada em vídeo por moradores, o avião caiu no quintal de uma casa em um condomínio residencial situado em uma área arborizada.

Os moradores do condomínio descreveram cenas de terror quando viram o avião despencar a poucos metros de distância. Nenhum deles se feriu.

"A sensação foi de terror, foi de pânico, impotência [...] Foi algo realmente muito, muito triste", disse à AFP Roberta Henrique, de 38 anos, presidente da associação de moradores do Residencial Recanto Florido, o condomínio onde o avião caiu.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou três dias de luto no país.

- Queda vertiginosa -

O avião voava entre Cascavel, no Paraná, com destino ao aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo.

Imagens divulgadas na sexta-feira mostravam um avião de grande porte caindo em alta velocidade.

De acordo com o site de rastreamento de voos Flight Radar 24, o avião voou por quase uma hora a 17.000 pés (5.180 metros), até que, às 13h21, começou a perder altitude e em apenas um minuto teve uma queda acentuada para 4.100 pés (1.250 metros).

A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que a aeronave perdeu contato com o radar às 13h22, e que a tripulação, em nenhum momento, "declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas".

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) tem previsto divulgar "no prazo estimado de 30 dias o Relatório Preliminar do acidente", segundo a Força Aérea Brasileira (FAB).

Peritos do Cenipa já estavam analisando em Brasília as informações das caixas-pretas que contêm gravações da cabine e dados do voo.

Estas "importantes informações poderão nos contar o que aconteceu nesse trágico evento", afirmou o brigadeiro Marcelo Moreno.

- Formação de gelo? -

 

O diretor de operações da companhia aérea Voepass, Marcel Moura, disse que na noite anterior ao acidente o avião havia passado por "manutenção de rotina" e não apresentava "nenhum tipo de problema técnico".

Especialistas mencionaram a hipótese de que uma formação de gelo nas asas do avião possa ter provocado o acidente.

Moura admitiu que este modelo da fabricante ATR "voa numa faixa onde tem uma sensibilidade maior ao gelo" e que as condições meteorológicas de sexta-feira previam a presença desse elemento. Mas "dentro das características aceitáveis para o voo", afirmou.

A VoePass foi fundada em 1995 sob o nome Passaredo. Com uma frota de 15 aviões, atualmente conecta 37 destinos no Brasil e é a quarta companhia aérea do mercado nacional, segundo a empresa.

A fabricante ATR disse em comunicado que seus especialistas "estão totalmente empenhados em apoiar a investigação em andamento".

Esta é a primeira grande tragédia aérea no Brasil em 17 anos.

Em 2007, um Airbus A320 da companhia aérea brasileira TAM não conseguiu pousar no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e caiu com 187 pessoas a bordo. O acidente deixou 199 mortos, incluindo 12 pessoas que trabalhavam na pista.

I.Saccomanno--PV