'Me trataram como um pedaço de carne', diz denunciante de jogadores de rúgbi acusados de estupro na Argentina
"Eles me maltrataram e me trataram como um pedaço de carne", afirmou a denunciante dos dois jogadores de rúgbi franceses acusados de estupro na Argentina, em seu primeiro depoimento na imprensa da França divulgado nesta terça-feira (3).
Hugo Auradou e Oscar Jegou, dois jogadores de rúgbi de 21 anos, foram acusados de estupro agravado por supostos fatos ocorridos na noite de 6 a 7 de julho no quarto de um hotel em Mendoza, onde a seleção francesa enfrentou a Argentina.
Ambos foram autorizados a sair do país depois que a acusação perdeu "força", informou um tribunal da província de Mendoza.
Em um trecho de um programa de televisão francês divulgado nesta terça-feira, a denunciante, de 39 anos, relatou sua versão dos fatos.
A mulher conta que conheceu Hugo Auradou na noite do dia 6 de julho em uma boate da cidade argentina.
"Quando ele me convidou para tomar algo em seu hotel, disse que sim", declarou em mensagens de áudio enviadas aos jornalistas do programa "Envoyé Spécial" ["Enviado especial", em português].
Quando chegou ao quarto do hotel, a denunciante pediu para ir embora, mas Auradou a teria impedido de sair.
"Ele me agarrou pelo pescoço, me colocou na cama, me despiu como um bruto. Depois, me tirou da cama estando nua e me levantou pelo pescoço, tanto que já não tinha mais oxigênio. Tentei reagir dando um tapa nele. Ao invés de detê-lo, o tapa o fez continuar", disse.
Oscar Jegou entrou depois no quarto, continuou a denunciante, que pensou que ele a ajudaria. No entanto, ele "abusou" dela, explicou.
"Naquele momento, fiquei sem voz. Não conseguia gritar porque minhas cordas vocais estavam machucadas. O homem loiro abusou sexualmente de mim uma vez. Foi sem camisinha", detalhou.
Os jogadores afirmam que as relações sexuais com a denunciante foram consentidas e negam qualquer tipo de violência.
"Todo mundo me pergunta hoje: 'a porta estava aberta, por que você não saiu?' Eu não podia sair, porque Hugo ficava sempre perto de mim. Preferi não fazer nada depois de todos as pancadas que recebi. Se eu não tivesse feito isso, talvez não estivesse viva", continuou a mulher.
O programa de televisão será transmitido integralmente no dia 12 de setembro na França.
A.Tucciarone--PV