Atentado com drone-bomba em presídio de segurança máxima é frustrado no Equador
Um atentado com um drone-bomba contra o presídio de segurança máxima na cidade portuária equatoriana de Guayaquil (sudoeste), onde estão detidos mafiosos e políticos acusados de corrupção, foi frustrado nesta quinta-feira (5) sem deixar vítimas, informaram autoridades locais.
Um "drone de uso agrícola, que tinha em seu interior uma carga explosiva" de aproximadamente 20 quilos foi desativado com uma explosão controlada, disse o comandante da polícia, general Víctor Hugo Zárate, durante uma coletiva conjunta com o ministro da Defesa, Giancarlo Loffredo. "Tratava-se de um artefato explosivo improvisado", acrescentou.
O dispositivo estava sobre o teto do presídio e ao explodir destruiu parte do mesmo, segundo imagens aéreas da AFP.
Zárate afirmou que antes da desativação, os 78 presos foram levados para um local seguro da mesma prisão e que "a situação está controlada".
O chamado Bloco de Segurança, integrado pela Polícia e pelas Forças Armadas para combater o narcotráfico, informou anteriormente em um comunicado que impediu um "atentado" que pretendia "inabilitar" a prisão conhecida como La Roca, com capacidade para cerca de cem detentos e que faz parte de um grande complexo prisional de Guayaquil.
Ali estão chefes de quadrilhas criminosas e políticos acusados de corrupção, como o ex-vice-presidente Jorge Glas, que foi preso em abril mediante um ataque de policiais à embaixada do México em Quito, onde estava asilado. Este fato levou à ruptura das relações entre os dois países.
"Temos a suspeita de que a intenção por trás deste atentado era provocar a transferência das ppl's (pessoas privadas de liberdade) para fora de La Roca, para outros centros penitenciários", disse o ministro Loffredo.
Em setembro de 2023, as forças de segurança detonaram de forma controlada um drone carregado com explosivos que pousou em La Roca, sem deixar vítimas.
As prisões do Equador, que se tornaram centros de operações criminosas, estão sob controle militar desde janeiro, quando o presidente Daniel Noboa declarou que o país estava em conflito armado interno diante de uma investida do narcotráfico e pôs militares nas ruas para neutralizar cerca de 20 organizações, que tachou de terroristas e beligerantes.
O equatoriano Adolfo Macías, conhecido como Fito, líder do grupo criminoso Los Choneros que fugiu do presídio, ainda não foi localizado.
Macías havia feito ameaças de morte contra o candidato presidencial Fernando Villavicencio, que foi assassinado por criminosos colombianos em agosto de 2023 ao sair de um comício no norte de Quito.
Em 2021, já tinha ocorrido um ataque de drone com explosivos contra o grande complexo penitenciário de Guayaquil. A cidade é palco de massacres sangrentos motivados por confrontos entre quadrilhas de traficantes de drogas, que deixaram mais de 460 mortos desde 2021.
L.Bufalini--PV