Pallade Veneta - López Obrador defende reforma do Judiciário após críticas da presidente da Suprema Corte

López Obrador defende reforma do Judiciário após críticas da presidente da Suprema Corte


López Obrador defende reforma do Judiciário após críticas da presidente da Suprema Corte
López Obrador defende reforma do Judiciário após críticas da presidente da Suprema Corte / foto: Silvana FLORES - AFP

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, negou nesta segunda-feira (9) que a polêmica reforma proposta pelo seu governo seja uma tentativa de "demolição" do Poder Judiciário, como afirmou a presidente da Suprema Corte de Justiça, Norma Piña.

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"Ela usou a palavra demolição, mas não se vai destruir nada, ao contrário", disse López Obrador durante sua habitual coletiva de imprensa, referindo-se à reforma polêmica que prevê, principalmente, a eleição popular de juízes e ministros.

"[Piña] está no seu direito, assim como todos que se opõem à reforma do Poder Judiciário. No entanto, é evidente (...) que a corrupção impera no poder Judiciário e que é urgente limpá-lo para o benefício de todos", acrescentou.

Em um vídeo divulgado no domingo, a presidente da Suprema Corte afirmou que "a demolição do Poder Judiciário não é o caminho" para reformar este setor.

Ao anunciar duas propostas alternativas de reforma elaboradas pelo próprio Poder Judiciário, Piña acrescentou que a eleição afetaria a independência dos juízes e facilitaria "o envolvimento de grupos de poder e de crime organizado".

Na semana passada, a ministra-presidente decidiu consultar seus colegas para saber se o mais alto tribunal mexicano é competente para barrar a reforma, que já foi aprovada na semana passada pela Câmara dos Deputados em meio a protestos maciços, principalmente de trabalhadores do Judiciário e estudantes.

Em resposta, López Obrador disse que a Suprema Corte cometeria uma "aberração" se bloqueasse a iniciativa.

A reforma foi aprovada por duas comissões do Senado no domingo e espera-se que seja apresentada ao plenário na terça-feira para votação no dia seguinte.

O governo só precisa de um voto na Câmara Alta para alcançar os 86 votos necessários (dois terços) para aprovar reformas constitucionais, embora o líder do Senado, Gerardo Fernández Noroña, afirme que 85 votos seriam suficientes.

Analistas indicam que as preocupações dos investidores com a reforma contribuíram para a desvalorização do peso frente ao dólar.

López Obrador, no entanto, disse nesta segunda-feira que os movimentos na moeda "têm a ver fundamentalmente com fatores externos".

"Não tem a ver, como dizem nossos adversários, com o medo que os mercados têm da reforma judicial", assegurou.

R.Zarlengo--PV