Pallade Veneta - Esquerda espanhola sofre duro golpe com escândalo de violência sexual

Esquerda espanhola sofre duro golpe com escândalo de violência sexual


Esquerda espanhola sofre duro golpe com escândalo de violência sexual
Esquerda espanhola sofre duro golpe com escândalo de violência sexual / foto: Jose Jordan - AFP/Arquivos

A esquerda radical espanhola, parte da coalizão de governo do socialista Pedro Sánchez, foi duramente atingida por um escândalo de violência sexual que levou à renúncia de uma de suas figuras mais conhecidas.

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Mas o assunto abala os progressistas como um todo, pois toca diretamente no que tem sido seu principal campo de batalha durante anos: a luta pela igualdade entre mulheres e homens e contra a violência de gênero.

Além disso, o escândalo explode em um momento de dificuldade para o governo de Sánchez, que enfrenta dois casos de corrupção envolvendo sua esposa e um ex-ministro que era seu homem de confiança.

O caso veio à tona na quinta-feira (24), quando Íñigo Errejón, até então porta-voz no Congresso dos Deputados da Sumar, a plataforma de esquerda radical que até junho foi liderada pela ministra do Trabalho, a comunista Yolanda Díaz, anunciou que abandonava todos os seus cargos e se retirava da política.

Errejón anunciou a decisão em uma carta divulgada na rede social X, na qual, sem reconhecer fatos precisos nem pedir desculpas, se limitou a admitir "erros".

- "Verdadeiro monstro" -

Na segunda-feira, a jornalista e escritora feminista Cristina Fallarás publicou em sua conta no Instagram o testemunho anônimo de uma mulher que denunciava, sem identificá-lo, "um político que vive em Madri, um político muito conhecido", que ela qualificou de "abusador psicológico" e "verdadeiro psicopata", que com "seus ares de pessoa normal" esconde "um verdadeiro monstro".

Cofundador do Podemos em 2014 junto a Pablo Iglesias, que anos depois o expulsou do partido, Errejón, doutor em ciências políticas, lançou posteriormente o Más Madrid, uma formação que se uniu à Sumar no ano passado.

Na quinta-feira à noite, a mulher cujo testemunho provocou a queda do político, uma atriz e apresentadora de televisão, anunciou no X que havia sido "vítima de assédio sexual por parte de Íñigo Errejón" e que havia apresentado uma denúncia à polícia, que enviou o caso aos tribunais.

Segundo a denúncia, consultada pela AFP, os ataques remontam a setembro de 2021.

Errejón renunciou para evitar a expulsão de seu partido e da Sumar, segundo a imprensa espanhola.

Em visita à Colômbia, a ministra Yolanda Díaz se solidarizou imediatamente com as vítimas de agressões sexuais.

Já a oposição de direita aproveitou para atacar a esquerda, denunciando seu "feminismo hipócrita" e exigindo saber quem estava ciente do comportamento de Errejón e desde quando.

Um sinal do impacto do escândalo: Pedro Sánchez, que costuma afirmar que seu governo é o "mais feminista" da história do país, escreveu no X, na noite de quinta-feira, que sua administração "trabalha por uma Espanha feminista onde as mulheres tenham os mesmos direitos (...) que os homens" e mostrou todo seu "apoio às mulheres que sofrem assédio e abusos".

G.Riotto--PV