Pallade Veneta - Juiz adia audiência sobre prisão preventiva de Morales

Juiz adia audiência sobre prisão preventiva de Morales


Juiz adia audiência sobre prisão preventiva de Morales
Juiz adia audiência sobre prisão preventiva de Morales / foto: FERNANDO CARTAGENA - AFP/Arquivos

Um juiz adiou a audiência sobre um pedido de prisão preventiva contra Evo Morales - investigado no caso de abuso de uma menor quando ele estava no poder -, diante da ausência do ex-presidente devido a problemas de saúde, anunciou nesta terça-feira (14) o Ministério Público.

Alterar tamanho do texto:

A audiência, na cidade de Tarija, foi adiada para sexta-feira, disse à AFP a promotora Sandra Gutiérrez, que conduz a investigação contra Morales (2006-2019). "A audiência foi iniciada, mas não foi possível prosseguir, porque os advogados de defesa apresentaram um atestado médico" de cinco dias.

Segundo Sandra, o relatório médico indica que Morales sofre de broncopneumonia e bradicardia "em estudo". Jorge Pérez, advogado do líder cocaleiro, disse que ele vaí ser submetido a uma nova avaliação médica, que vai determinar se ele poderá comparecer na nova data.

Morales, 65, é acusado pelo Ministério Público de abusar de uma menor. Segundo a promotoria, eles tiveram um relacionamento em 2015, quando ela tinha 15 anos, e teriam tido uma filha um ano depois. Os pais da jovem teriam concordado com a relação em troca de benefícios.

O líder cocaleiro já tem uma ordem de prisão em aberto por não ter comparecido para depor diante do Ministério Público durante a investigação. Morales foi formalmente acusado em dezembro.

Na segunda-feira, a defesa do ex-presidente informou que ele não se apresentaria à audiência alegando falta de intimação, o que foi rejeitado pelo Ministério Público.

O juiz pode ordenar a prisão de Morales se entender que sua ausência foi injustificada, além de proibi-lo de sair do país e decretar a indisponibilidade preventiva de seus bens.

Embora Morales tenha rejeitado anteriormente a denúncia, afirmando que esta se baseia em fatos que foram investigados em 2020 sob a figura penal de "estupro" - que envolve ato sexual com menores de 14 a 18 anos -, o MP agora foca na acusação de “tráfico de menor”.

O ex-presidente afirma ser vítima de um "lawfare" (guerra jurídica) liderado pelo governo de Luis Arce, seu antigo aliado, para “eliminá-lo” politicamente.

Arce e Morales disputam a candidatura da esquerda para as eleições do próximo mês de agosto, embora o líder cocaleiro tenha sido declarado inelegível pela justiça por já ter atingido o limite de mandatos presidenciais.

F.Dodaro--PV