AFP registra recuperação em 2022 apesar de lucro reduzido
A Agence France-Presse (AFP) registou em 2022 lucros de 1,2 milhão de euros (US$ 1,318 milhão ou cerca de R$ 6,642 milhões), muito abaixo dos de 2021. Sua recuperação financeira, entretanto, continua graças a um faturamento comercial que ultrapassou pela primeira vez os 200 milhões de euros (US$ 220 milhões ou aproximadamente R$ 1,1 bilhão).
Segundo comunicado da agência, este é o quarto superávit anual consecutivo, "embora em claro declínio".
O lucro atingiu em 2021 um recorde de 10,6 milhões de euros (R$ 56,618 milhões), impulsionado por um acordo com a Google sobre direitos de autor, por um valor confidencial.
"Pela primeira vez na história da agência, foi ultrapassado o limite dos 200 milhões de euros (R$ 1,106 bilhão) de faturamento comercial", chegando em 208,6 milhões de euros (R$ 1,153 bilhão) em 2022.
O aumento de 5,3% das receitas comerciais foi sustentado por "três eixos de desenvolvimento estratégico": vídeo, pesquisa digital e as atividades para empresas e instituições.
A compensação por parte do Estado francês de custos relacionados com missões de interesse público foi de 113,3 milhões de euros (cerca de R$ 626 milhões), uma contração de 3,3% em relação a 2021 - quando o volume de negócios total chegou a 321,9 milhões de euros (R$ 1,78 bilhão).
De acordo com a AFP, os encargos operacionais aumentaram 4% em 2022, totalizando 302,6 milhões de euros (aproximadamente R$ 1,673 bilhão), devido à "retomada das viagens pós-pandemia", ao "custo da cobertura da guerra na Ucrânia" e ao "impacto da inflação global".
Esses fatores refletiram em uma redução de 35% (a taxas de câmbio comparáveis) dos proveitos operacionais, que totalizaram 4,8 milhões de euros (R$ 26,544 milhões).
A trajetória de redução da dívida manteve-se dentro das projeções.
A dívida de longo prazo, que em 2017 era de 50,2 milhões de euros (R$ 277,6 milhões), foi reduzida em 2022 para 32,8 milhões (R$ 181,3 milhões). O esperado é que seja totalmente liquidada em 2028.
O ano de 2023, último do atual Contrato de Objetivos e Meios (COM, acordado entre a AFP e o Estado), "se mostra mais difícil, sobretudo devido à elevada inflação mundial e à crise vivida pelos atores do setor tecnológico, que tornaram-se clientes importantes" da agência, expressa o comunicado.
Mas esta situação "não deve impedir o alcance, e mesmo a superação, dos objetivos do COM", garante a empresa.
A Agence France-Presse, sediada em Paris, emprega 2.400 pessoas em 151 países. Com 130 jornalistas especializados em investigação digital, tornou-se referência mundial nesta atividade.
O.Pileggi--PV