Pallade Veneta - A indústria da roupa usada se consolida na América Central

A indústria da roupa usada se consolida na América Central


A indústria da roupa usada se consolida na América Central
A indústria da roupa usada se consolida na América Central / foto: Martin BUREAU - AFP/Arquivos

A indústria da roupa usada se consolida na América Central pela combinação das necessidades de uma maioria da população com escassos recursos e as tendências globais pela reciclagem e reutilização de roupas, segundo um relatório apresentado na Costa Rica nessa sexta-feira (28).

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Mais de quatro milhões de toneladas de roupa de segunda mão são comercializadas a cada ano e a América Central se tornou um mercado de recebimento de têxteis procedentes de Estados Unidos, Canadá, União Europeia, China e Coreia do Sul, segundo o relatório "Reutilizar antes de descartar", da consultoria americana Garson&Shaw.

O informe, publicado em San José, analisa a situação em Guatemala, El Salvador, Honduras e Nicarágua e estima que entre 2011 e 2021 a indústria de roupa usada nesses países cresceu em valor de 274 milhões de dólares (R$ 1,3 bilhão, na cotação atual).

"Nosso informe estima que nos primeiros anos da década de 2040 o setor da roupa usada terá mais de três milhões de empregos nos quatro países estudados da América Central (...) e vai gerar cerca de 200 milhões de dólares (R$ 997 milhões) em lucro por meio de impostos", acrescentou.

- Crescimento -

A Nicarágua é a nação na qual essa indústria cresceu mais rápido. "Ao redor de 80% da população da Nicarágua adquire roupa ou calçados usados", apontou o informe. A indústria cresceu 280% na última década.

Em 2021, aproximadamente 52.500 toneladas de roupa usada (1,9% do total mundial) foram importadas pela Nicarágua, que se situou em 19° entre os países consumidores de têxtil de segunda mão. Apenas nesse ano, o lucro por meio de impostos para o Estado foi de 23,7 milhões de dólares (R$ 118 milhões) e estima-se que a indústria represente 1% do PIB nacional. Desde 2017, as importações cresceram aproximadamente 7%.

Na Guatemala há "uma alta necessidade de roupa barata e a demanda por têxteis usados se mantém forte", apontou o informe.

Em 2021, o país importou 130.000 toneladas de roupas usadas (3,4% do total mundial) e é o nono maior importador desses produtos no mundo. Nesse ano, o lucro graças a impostos nessa indústria cresceu para 40,2 milhões de dólares (R$ 200 milhões). Desde 2017, as importações cresceram 10%.

Honduras adquiriu em 2021 66.000 toneladas de roupa de segunda mão (2,7% do comércio internacional) e está em 17° lugar entre os maiores importadores no mundo. Naquele ano, os lucros tributários pagos ao Estado pela indústria da roupa usada foram de 34,1 milhões de dólares (170 milhões de reais), compondo 1,6% do PIB de Honduras.

Em El Salvador foram importadas, em 2021, aproximadamente 35.000 toneladas de roupa usada (1,9% do total mundial) e o país está em 23º no nível de importações no mundo. Foram 16 milhões de dólares (80 milhões de reais) em impostos arrecadados pelo governo por meio da indústria têxtil de segunda mão, que representa 1,4% do PIB nacional.

"O comércio da roupa usada está criando emprego para centenas de milhares de cidadãos, ao mesmo tempo em que gera lucros significativos em impostos para os governos, algo que se prevê que continue por longo tempo no futuro", destacaram por meio do informe da Garson&Shaw.

E.Magrini--PV