Médicos de hospitais da Inglaterra convocam cinco dias de greve em julho
Milhares de médicos de hospitais ingleses farão a greve mais longa da história da saúde pública britânica (NHS, na sigla em inglês) em julho, para exigir melhores salários em meio à crise pelo custo de vida, anunciou seu sindicato nesta sexta-feira (23).
Os médicos auxiliares, estatuto semelhante ao do médico residente interno, vão entrar em greve durante cinco dias, das 7h (3h no horário de Brasília) de 13 de julho às 7h de 18 de julho, informou a Associação Médica Britânica (BMA, na sigla em inglês).
Eles já pararam por 72 horas este mês, depois que o governo conservador de Rishi Sunak se recusou a ceder em sua oferta de um aumento salarial de 5%.
Os médicos denunciam que, nos últimos 15 anos, tiveram uma perda salarial de 26% em termos reais, já que os salários não acompanharam a inflação. A categoria quer recuperar os níveis salariais de 2008-2009, mas o governo alega que isso implicaria um aumento salarial médio de 35% este ano e que o custo para os cofres públicos seria muito alto.
Robert Laurenson e Vivek Trivedi, responsáveis pela BMA, denunciaram que o Executivo quer deixar o NHS "degradar até entrar em colapso".
De acordo com uma pesquisa da BMA, 53% dos quase 2.000 médicos auxiliares que responderam receberam ofertas nos últimos quatro meses para trabalhar no exterior.
A recusa do governo em retomar as negociações salariais forçou o sindicato a convocar "a greve dos médicos mais longa da história do NHS", disseram Laurenson e Trivedi.
Uma série de greves de médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde pública para exigir melhores salários e condições afetou o atendimento à população no último ano, forçando o cancelamento, ou o adiamento, de consultas às vésperas do 75º aniversário da criação do NHS, em 5 de julho.
A.Tucciarone--PV