Pallade Veneta - Crescimento da zona do euro registra leve recuperação no 2º trimestre

Crescimento da zona do euro registra leve recuperação no 2º trimestre


Crescimento da zona do euro registra leve recuperação no 2º trimestre
Crescimento da zona do euro registra leve recuperação no 2º trimestre / foto: Daniel ROLAND - AFP/Arquivos

O crescimento econômico da Eurozona registrou uma leve recuperação no segundo trimestre, após a estagnação nos primeiros três meses do ano, mas continua prejudicado pelas dificuldades da Alemanha e os aumentos das taxas de juros, em um cenário de inflação elevada.

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O Produto Interno Bruto (PIB) dos 20 países que compartilham a moeda única (o euro) avançou 0,3% em termos trimestrais entre abril e junho, de acordo com as primeiras estimativas da Eurostat (Agência Europeia de Estatísticas), publicadas nesta segunda-feira (31).

O PIB da Eurozona permaneceu estagnado (+0%) no primeiro trimestre, de acordo com os dados revisados pela Eurostat, que inicialmente havia anunciado uma queda de 0,1%.

Os resultados econômicos da Eurozona são explicados, entre outros motivos, pela situação da Alemanha, a maior economia europeia, onde o PIB registrou crescimento nulo entre abril e junho, após uma queda de 0,4% e de 0,1% nos dois trimestres anteriores.

A Itália também registrou uma queda surpreendente do PIB (-0,3%), afetada em particular pela desaceleração do investimento em um contexto de encarecimento do crédito.

Suécia (-1,5%), Letônia (-0,6%) e Áustria (-0,4%) também registraram contrações de suas economias.

- França, Espanha e Irlanda -

Apenas dois países registraram crescimentos mais robustos que o previsto. Na França o crescimento atingiu 0,5% (contra 0,1% no primeiro trimestre), estimulado pelas exportações, que compensaram o consumo frágil.

Na Espanha, o crescimento econômico registrou leve desaceleração no segundo trimestre, mas permaneceu consistente (+0,4%), graças ao forte consumo das famílias.

A Irlanda foi o país da região com o maior crescimento econômico (+3,3%), após uma queda expressiva no trimestre anterior.

"Se não levarmos em consideração os dados voláteis da Irlanda, o crescimento na zona do euro alcança 0,2% (...). A fragilidade da atividade sugere que a recuperação será efêmera e que a região corre o risco de estagnação ou, inclusive, de piora no segundo semestre", disse Ricardo Amaro, analista da Oxford Economics.

O endurecimento da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) para lutar contra a inflação também afeta a economia, com a restrição do acesso ao crédito, o que impacta os investimentos e o consumo.

- Risco de estagnação -

O BCE elevou na semana passada as taxas de juros em 0,25 ponto percentual, o nono aumento consecutivo, mas deu a entender que pode interromper o aumento das taxas nos próximos meses.

Embora as previsões oficiais mais recentes apontem um crescimento econômico por volta de 1% para o ano de 2023, a presidente do BCE, Christine Lagarde, reconheceu que as perspectivas "deterioraram".

Ao mesmo tempo, a Eurostat destacou que a inflação em ritmo anual da Eurozona prosseguiu com a tendência de queda em julho (5,3%, contra 5,5% em junho e 6,1% e maio) e que um dos motivos foi a redução expressiva nos preços do setor de energia.

Mas o índice de preços ao consumidor continua elevado no setor de alimentos, com índice de 10,8% (leve queda na comparação com os resultado de 11,6% de junho).

A inflação subjacente (que exclui energia e alimentos) foi de 5,5%, muito acima da meta de 2% estabelecida pelo BCE.

Z.Ottaviano--PV