Pallade Veneta - Novos trabalhadores no mercado dos EUA fazem taxa do desemprego subir

Novos trabalhadores no mercado dos EUA fazem taxa do desemprego subir


Novos trabalhadores no mercado dos EUA fazem taxa do desemprego subir
Novos trabalhadores no mercado dos EUA fazem taxa do desemprego subir / foto: OLIVIER DOULIERY - AFP/Arquivos

A chegada de novos trabalhadores ao mercado de trabalho nos Estados Unidos em agosto fez subir a taxa de desemprego a seu nível mais alto desde fevereiro de 2022, um sinal de que a situação encontra um equilíbrio depois de dois anos de escassez de mão de obra.

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O dado é, também, uma boa notícia para o Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) em sua luta contra a inflação.

A taxa de desemprego se situou em 3,8% face a 3,5% em julho. Foram, no entanto, criados 187 mil empregos, acima dos 170 mil previstos pelos analistas.

"O emprego continuou sua tendência ascendente nos serviços de saúde, lazer e hotelaria, assistência social e construção. O emprego nos transportes e logística diminuiu”, detalhou o Departamento do Trabalho em seu comunicado divulgado nesta sexta-feira (1º).

O aumento da taxa de desemprego se deve, portanto, ao fato de a população economicamente ativa ter aumentado em mais de meio milhão de pessoas no mês de agosto.

O crescimento salarial se moderou, "e a taxa de desemprego atingiu seu nível mais elevado desde fevereiro de 2022, graças a um forte aumento da população economicamente ativa", explicou Rubeela Farooqi, economista-chefe da High Frequency Economics.

A escassez de mão de obra desde a pandemia da covid-19 levou os empregadores a aumentarem os salários, uma boa notícia para os trabalhadores, mas que contribuiu para disparar a inflação.

Para que a inflação volte a um nível aceitável, de forma duradoura, é necessário um "relaxamento das condições do mercado de trabalho", declarou recentemente o presidente do Fed, Jerome Powell.

"É animador", celebrou a diretora da equipe de economistas da Casa Branca, Lael Brainard, sobre os dados de emprego, em entrevista à emissora CNBC.

- Melhor equilíbrio -

Os números de agosto são um "grande passo para um mercado de trabalho normal", disse Robert Frick, economista da Navy Federal Credit Union.

"A tendência de crescimento do emprego continuou se moderando, a taxa de desemprego aumentou, a taxa de participação (da força de trabalho na economia) aumentou, e o crescimento da renda também se moderou: todos sinais de que a oferta e a demanda de trabalho se equilibram melhor", afirmou Nancy Vanden Houten, da Oxford Economics.

Há mais de dois anos, os empregadores americanos enfrentam dificuldades para contratar pessoal suficiente, devido, sobretudo, à antecipação da aposentadoria e à imigração insuficiente.

Os trabalhadores abandonaram seus empregos em massa, trocando-os por vagas com melhores salários, ou para trabalhar de casa, uma medida que ficou conhecida como "a grande renúncia".

"Continua havendo mais ofertas de trabalho do que desempregados", afirma o vice-presidente da Associação Banqueiros Hipotecários (MBA, na sigla em inglês), Mike Fratantoni.

Em pleno período de retorno às aulas, a cidade da Filadélfia não tem um número suficiente de motoristas de ônibus escolares, os famosos ônibus amarelos, e oferece US$ 300 por mês (cerca de R$ 1.479,00 na cotação atual) aos pais que levarem seus filhos para a escola.

"A queda das pressões salariais e uma alta da taxa de atividade são encorajadoras. Confirmam certa flexibilização das condições do mercado de trabalho", disse Rubeela Farooqi, economista da High Frequency Economics, que estima que estes dados favorecem a que o Fed mantenha sua taxa diretriz sem reajustes.

O Banco Central eleva suas taxas para encarecer o crédito e, com isso, desestimular o consumo e o investimento, e baixar a pressão sobre os preços.

A inflação voltou a subir em julho, impulsionada pelos preços das casas, situando-se em 3,2% ao longo de 12 meses, frente aos 3% em junho, de acordo com o índice IPC, do Departamento do Trabalho.

A.Graziadei--PV