Pallade Veneta - Fundos iranianos são transferidos a bancos do Catar para troca de prisioneiros EUA-Irã

Fundos iranianos são transferidos a bancos do Catar para troca de prisioneiros EUA-Irã


Fundos iranianos são transferidos a bancos do Catar para troca de prisioneiros EUA-Irã
Fundos iranianos são transferidos a bancos do Catar para troca de prisioneiros EUA-Irã / foto: - - Iranian Foreign Ministry/AFP

Fundos iranianos avaliados em US$ 6 bilhões (R$ 29,2 bilhões), que estavam bloqueados, foram transferidos para bancos do Catar, o que abre caminho para uma troca de prisioneiros entre os Estados Unidos e a República Islâmica, informou nesta segunda-feira (18) uma fonte próxima à operação.

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A liberação dos recursos - bloqueados pela Coreia do Sul, devido às sanções impostas pelos Estados Unidos ao Irã - é uma condição crucial para a troca de cinco detidos de cada lado.

Anunciada em agosto, a troca foi o resultado de meses de negociações entre Estados Unidos e Irã com a mediação do Catar, pois Teerã e Washington não mantêm relações diplomáticas.

"O Catar notificou os funcionários iranianos e americanos que os US$ 6 bilhões foram transferidos da Suíça para contas no Catar", afirmou a fonte próxima às negociações, que pediu anonimato.

Ao mesmo tempo, um "avião catari está aguardando no Irã para transportar para Doha os cinco americanos (detidos no país) e dois parentes", acrescentou.

Algumas horas antes, o governo do Irã afirmou que espera a conclusão da troca de prisioneiros ainda nesta segunda-feira.

"Esperamos ter a confirmação hoje da transferência do total dos fundos bloqueados e que a troca de prisioneiros aconteça no mesmo dia", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanani, em uma entrevista coletiva em Teerã.

"Cinco prisioneiros iranianos serão liberados e, em troca, cinco cidadãos americanos detidos no Irã serão entregues à parte americana", detalhou Kanani.

Os recursos, produto da venda de petróleo iraniano, foram bloqueados depois que o governo dos Estados Unidos abandonou em 2018 um acordo internacional sobre o programa nuclear de Teerã durante o governo do republicano Donald Trump. A saída de Washington do pacto representou o retorno das sanções financeiras contra o Irã.

Os cinco americanos detidos no Irã foram transferidos da penitenciária para um local de prisão domiciliar, onde aguardam a viagem para o Catar. Teerã não reconhece a dupla cidadania e considera que estes americanos são apenas iranianos.

- Acusações de espionagem -

Entre os americanos, está o empresário Siamak Namazi, nascido em Teerã. Ele foi detido em 2015 e condenado a dez anos de prisão em 2016 por espionagem. A família nega a acusação.

Outros prisioneiros incluídos na troca são o ambientalista Morad Tahbaz e o empresário Emad Sharqi. As outras duas pessoas pediram que os nomes não fossem divulgados.

Na semana passada, a agência oficial de notícias Irna revelou as identidades dos iranianos presos.

No grupo, os destaques são Reza Sarhangpour e Kambiz Attar Kashani, acusados de violarem as sanções americanas contra o Irã. Um terceiro preso, Kaveh Lotfolah Afrasiabi, foi detido em sua casa perto de Boston, em 2021, e acusado pela Justiça dos Estados Unidos de ser um agente secreto iraniano.

Também foram incluídos na troca Mehrdad Moein Ansari e Amin Hasanzadeh, acusados de vínculos com as forças de segurança iranianas.

Entre os iranianos liberados, "dois retornarão ao Irã, um viajará para um terceiro país, devido à presença de sua família nesta nação, e dois permanecerão nos Estados Unidos", informou Kanani.

A Casa Branca negou que o desbloqueio dos fundos iranianos seja o equivalente ao pagamento de resgate pelos detentos e afirmou que também não representa um "cheque em branco".

O governo do presidente americano, Joe Biden, insiste em que o Irã pode usar o dinheiro apenas para a compra de alimentos, remédios e insumos humanitários.

O porta-voz da diplomacia iraniana afirmou que os recursos permitirão "comprar todos os produtos que não estão sob sanção", e não apenas comida e medicamentos.

Irã e Estados Unidos têm uma disputa desde a Revolução Islâmica de 1979, que derrubou um monarca pró-Ocidente.

Biden, democrata, tentou restabelecer o histórico acordo internacional de 2015 que resultou na suspensão das sanções contra o Irã, em troca de que Teerã limitasse o programa nuclear com finalidades civis. As negociações se encontram estagnadas.

Para alguns analistas, o acordo alcançado após negociações discretas mostra que a tensão entre Irã e Estados Unidos é menor, mas não permite antecipar avanços no que se refere ao programa nuclear de Teerã.

E.Magrini--PV