Givenchy volta às origens, Gauchère questiona o frenesi da mulher moderna
Entre ternos sob medida com ombreiras largas e vestidos de gala refinados, a Givenchy voltou, nesta quinta-feira (28), durante a Semana de Moda de Paris, às origens da marca que vestiu a atriz Audrey Hepburn.
Desde a chegada de Matthew Williams em 2020, a Givenchy abandonou a linha da alta costura e apostou no "prêt-à-porter", com um 'street style' que é a especialidade do estilista americano.
Mas para este desfile, realizado na Escola Militar de Paris, Williams retomou a tradição do artesanato, do bordado, do chiffon e do tule.
O terno voltou neste evento parisiense para apresentar a moda primavera/verão do próximo ano.
O desfile começou um modelo cinza escuro, com saia 'midi', seguido de vestidos arejados e transparentes. As cores variaram entre amarelo pálido, o lilás e o verde. Tons primaveris sem grande estridência, como outras marcas desta temporada.
Os vestidos de gala, com as costas nuas, lembram os filmes de Audrey Hepburn. Algumas saias são assimétricas, longas na frente e curtas atrás, dando um ar descolado ao 'look'.
Se a modelo quiser romper ainda mais com o espírito burguês associado à marca, fica a dica: calçar a meia por cima do sapato, o que dá um ar casual ao visual.
A marca Gauchère, por sua vez, apresentou um desfile sóbrio e unissex, com uma paleta quase reduzida ao mínimo: preto, marrom e alguns toques mais alegres, como um macacão branco cintilante.
Seus ternos são de corte clássico. As blusas estão amarradas. Os rapazes combinam calças largas com camisetas de couro.
Sua estilista, Marie-Christine Statz, relatou à imprensa após o desfile sua preocupação com um mundo cada vez mais digital.
"Quando penso nas mulheres de hoje, em como nos vestimos e como vivemos, olhando constantemente para o telefone, penso que este é realmente o espírito do nosso tempo", afirmou.
A.Rispoli--PV