Inflação nos EUA se modera a 3,1% em janeiro, menos que o esperado
A inflação nos Estados Unidos, uma questão central da campanha eleitoral americana, se moderou a 3,1% na comparação anual em janeiro, menos do que o esperado, segundo dados oficiais divulgados nesta terça-feira (13).
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve um aumento anual de 3,1% em janeiro, em comparação com 3,4% na medição de dezembro, informou o Departamento do Trabalho.
A inflação subjacente, que descarta os preços mais voláteis dos alimentos e da energia e é um dado fundamental para os mercados, se manteve em 3,9% em 12 meses.
O IPC moderou-se de um máximo de 9,1%, na comparação anual em junho de 2022, e caminha rumo ao objetivo de 2%, uma boa notícia para o Federal Reserve (Fed, banco central).
Após anos de taxas baixas, o banco central dos EUA aumentou drasticamente as suas taxas de juros de referência, em uma tentativa de arrefecer a economia.
As taxas elevadas tornam o crédito mais caro e, assim, desencorajam o consumo e o investimento, diminuindo a pressão sobre os preços.
As taxas estão agora nos níveis mais altos em mais de dois anos, de 5,25% a 5,50%, e a expectativa do mercado e do próprio Fed é começar a reduzi-las este ano.
O governo de Joe Biden tenta convencer os americanos de que os aumentos de preços serão contidos, mas a moderação da inflação não se traduz rapidamente nas prateleiras dos supermercados.
O congressista Brendan Boyle, o democrata de maior escalão na Comissão de Orçamento da Câmara, disse em nota: "Mais uma vez, os dados do IPC de hoje mostram que a inflação caiu dos seus níveis máximos".
- Corte de taxas "não é iminente" -
Os dados de inflação mostraram que os preços aumentaram 0,3% entre dezembro e janeiro, acima da variação registrada entre novembro e dezembro, indicou o Departamento do Trabalho.
Setores como cuidados pessoais e alimentação aumentaram de preço na medição mensal, enquanto o custo com energia diminuiu.
"Os números mais recentes, que mostram uma reaceleração" do ritmo inflacionário, "especialmente nas leituras de três e seis meses (…), apoiam a visão do Fed de que os cortes nas taxas não são iminentes", observou Rubeela Farooqi, economista-chefe da High Frequency Economics.
"A administração (do banco central) permanecerá paciente à medida que as decisões de política monetária se aproximam", acrescentou, em uma nota de análise.
O presidente do Fed, Jerome Powell, "indicou que (a organização) quer ver uma série de medições com inflação baixa, antes de aliviar a sua política" de taxas, afirmou Oren Klachkin, da Nationwide, à AFP.
D.Bruno--PV