Pallade Veneta - França investiga TotalEnergies por ataque jihadista em Moçambique em 2021

França investiga TotalEnergies por ataque jihadista em Moçambique em 2021


França investiga TotalEnergies por ataque jihadista em Moçambique em 2021
França investiga TotalEnergies por ataque jihadista em Moçambique em 2021 / foto: Christophe ARCHAMBAULT - AFP/Arquivos

A França abriu uma investigação contra a gigante petrolífera TotalEnergies por homicídio culposo relacionado com um ataque jihadista em Moçambique em 2021 que deixou centenas de mortos, informou neste sábado (4) o Ministério Público de Nanterre, nos arredores de Paris.

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A investigação ocorre após a ação movida por sobreviventes e familiares das vítimas, na qual acusam o grupo francês, que desenvolvia um gigantesco projeto de gás na região, de homicídio culposo e falta de prestação de socorro, disse o Ministério Público à AFP.

O ataque em Palma, no norte de Moçambique, começou em 24 de março e foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI). Durou vários dias e causou um número ainda desconhecido de mortes entre a população local e os terceirizados da TotalEnergies. Algumas das vítimas foram decapitadas.

Os demandantes alegam que a TotalEnergies não protegeu os seus terceirizados nem forneceu combustível para que os helicópteros pudessem evacuar os civis após o ataque jihadista.

O grupo petrolífero, contatado pela AFP no sábado, reiterou um comunicado que emitiu assim que a ação foi instaurada, em outubro de 2023.

A empresa "negou firmemente estas acusações" e destacou "a ajuda de emergência que as equipes do Moçambique LNG [nome do megaprojeto] prestaram e os meios que mobilizaram para permitir a evacuação de mais de 2.500 pessoas" das instalações de Afungi, perto do centro de Palma.

Para os demandantes, a investigação do Ministério Público francês é "um desenvolvimento positivo", nas palavras de Nicholas Alexander, um sul-africano que sobreviveu ao ataque, e que denuncia "uma parte de responsabilidade" da TotalEnergies no caso.

Após o ataque, Maputo contabilizou cerca de trinta vítimas, mas de acordo com uma investigação do jornalista independente Alexander Perry, o número de vítimas seria de 1.402 civis mortos ou desaparecidos, incluindo 55 terceirizados.

Alguns deles refugiaram-se em um hotel na saída da cidade, sitiada durante vários dias pelos jihadistas. Pelo menos sete pessoas que tentaram fugir foram assassinadas.

O ataque levou à suspensão do projeto, no valor de 20 bilhões de dólares.

D.Vanacore--PV