Pallade Veneta - TikTok processa EUA por lei que pode proibir seu funcionamento

TikTok processa EUA por lei que pode proibir seu funcionamento


TikTok processa EUA por lei que pode proibir seu funcionamento
TikTok processa EUA por lei que pode proibir seu funcionamento / foto: Olivier Douliery - AFP/Arquivos

O aplicativo TikTok e sua controladora, a chinesa ByteDance, processaram os Estados Unidos nesta terça-feira (7), alegando que a lei que dá um ultimato à rede social e ameaça bani-la do país no próximo ano "é inconstitucional", segundo documentos judiciais.

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Os Estados Unidos aprovaram uma lei no fim de abril que exige que a ByteDance venda o TikTok dentro de 12 meses, sob pena de proibir a popular plataforma de compartilhamento de vídeos usada por 170 milhões de americanos.

Washington considera que o aplicativo colhe dados que podem ser usados pelo governo chinês para fins de espionagem e propaganda.

O TikTok, inúmeras personalidades e ONGs consideram que a lei viola a liberdade de expressão dos usuários, que é garantida pela Primeira Emenda da Constituição americana.

"Pela primeira vez na História, o Congresso aprovou uma lei que proíbe permanentemente uma plataforma em todo o país e proíbe todos os americanos de participarem de uma comunidade online com mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo", alegam os advogados da empresa no processo, apresentado em um tribunal federal de Washington.

A empresa afirma, ainda, que a venda de ativos exigida para que o TikTok continue operando nos Estados Unidos "simplesmente não é possível" e não pode ser realizada no prazo estipulado.

Fixado em 270 dias, o limite pode ser prorrogado por 90 dias pela Casa Branca. Durante esse período, o aplicativo continuaria funcionando para os usuários americanos.

A batalha jurídica poderá chegar à Suprema Corte americana.

- Apagão do Tiktok em 2025 -

A Bytedance negou repetidamente qualquer vínculo com o governo chinês e garantiu que nunca compartilhou e nem compartilhará com Pequim dados privados de usuários americanos.

"Não há dúvida: a lei provocará um apagão do TikTok em 19 de janeiro de 2025", diz a ação, o que "silenciará quem usa a plataforma para se comunicar de uma forma que não pode ser replicada em nenhum outro lugar".

O TikTok já esteve na mira das autoridades americanas durante o governo de Donald Trump (2017-2021), que tentou proibi-lo. Sua tentativa fracassou depois que um juiz federal considerou exageradas as razões para bloquear a plataforma, e que a liberdade de expressão estava em risco.

A nova lei foi concebida para superar esses obstáculos e especialistas acreditam que a Suprema Corte poderia estar aberta a priorizar a segurança nacional sobre a liberdade de expressão.

"A natureza bipartidária dessa lei federal pode fazer com que os juízes estejam mais propensos a ceder" ao Congresso e aos argumentos em favor da segurança nacional, disse Gautam Hans, professor de Direito da Universidade Cornell.

"No entanto, sem uma discussão pública sobre quais são exatamente os riscos, é difícil determinar por que os tribunais deveriam validar uma lei como essa, sem precedentes", afirmou.

O TikTok enfatizou seus esforços para proteger os dados de seus usuários, mas sustenta que suas ações nesse sentido foram ignoradas pelo governo.

Mesmo que a ByteDance aceitasse vendê-lo, há sérias dúvidas sobre se haveria compradores para o TikTok. Muitos não poderiam pagar, e 'Big Techs' como Meta ou YouTube (da Google) provavelmente não poderiam fazê-lo, devido às regras antimonopólio.

Também há dúvidas sobre se a companhia estaria disposta a revelar o segredo do seu algoritmo de recomendação de vídeos, chave do seu sucesso.

S.Urciuoli--PV