Pallade Veneta - ONU lança nova forma de medir vulnerabilidade econômica dos países

ONU lança nova forma de medir vulnerabilidade econômica dos países


ONU lança nova forma de medir vulnerabilidade econômica dos países
ONU lança nova forma de medir vulnerabilidade econômica dos países / foto: Nelson ALMEIDA - AFP

A Assembleia Geral da ONU lançou oficialmente, nesta terça-feira (13), o “Índice de Vulnerabilidade Multidimensional” (MVI), um indicador exigido por pequenos Estados insulares afetados pelas mudanças climáticas como complemento do PIB para medir o desenvolvimento.

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Desde a década de 1990, muitos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (PEID) - que não são pobres o bastante em termos de PIB per capita para ter acesso à assistência preferencial dos bancos multilaterais - exigiam outras ferramentas de medida, que levassem em conta a sua vulnerabilidade particular aos eventos externos, principalmente ao impacto do aquecimento global.

Após anos de negociações internacionais, a Assembleia Geral aprovou por consenso a resolução que lança o índice, e encarregou a ONU e um comitê de especialistas independentes de atualizá-lo.

Baseado nas conclusões de um painel de alto nível da ONU, o índice incorpora indicadores relacionados com as vulnerabilidades estruturais e a falta de resiliência econômica, ambiental e social de um Estado. Entre eles, destacam-se a dependência das importações, a exposição a eventos climáticos extremos e a pandemias, e o impacto da violência regional, entre outros.

Embora tenha sido proposto inicialmente pelos PEID, o MVI “pretende levar em conta as vulnerabilidades exógenas e a falta de resiliência diante de choques exógenos de todos os países em desenvolvimento, a fim de garantir a credibilidade e comparabilidade”, destaca a resolução.

O documento ressalta que o uso do índice é “voluntário”, mas pede aos órgãos da ONU e aos bancos multilaterais de desenvolvimento que o considerem um complemento das políticas existentes.

A Aliança de Pequenos Estados Insulares (Aosis) considerou a aprovação "um avanço monumental”. "A Aosis não vê um mundo cor-de-rosa. Sabemos que o MVI não fará o sistema atual desaparecer", comentou o embaixador de Samoa na ONU, Fatumanava-o-Upolu Luteru, presidente da aliança.

“Esperamos que o MVI seja implantado em um contexto de mundo real, e que, por meio da sua testagem e do seu eventual aperfeiçoamento, ele desbloqueie uma nova forma de pensar e agir em termos de desenvolvimento”, disse o embaixador.

A.Saggese--PV