Pallade Veneta - Bancos centrais se reposicionam diante da alta do dólar

Bancos centrais se reposicionam diante da alta do dólar


Bancos centrais se reposicionam diante da alta do dólar
Bancos centrais se reposicionam diante da alta do dólar / foto: Marvin RECINOS - AFP/Arquivos

O dólar retomou seu avanço implacável, nesta quarta-feira (20), e vários bancos centrais têm modificado sua política monetária diante desta evolução.

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Por volta das 19H25 GMT (16h25 de Brasília), o Dollar Index, que compara a moeda americana a uma cesta de seis divisas, operava em alta de 0,44%.

"Tivemos um pequeno enfraquecimento na segunda-feira e parece que os operadores aproveitam para fazer compras" da divisa americana, resumiu Matthew Weller, da Forex.com.

"O dólar ganhou força desde o começo de outubro, portanto o que observamos não passa de uma tendência que retoma (a alta)", acrescentou o analista.

"A orientação (do mercado) é para um dólar mais forte", estimaram em nota os analistas da Brown Brothers Harriman.

A hipótese central dos operadores aponta para uma redução das taxas de juros nos Estados Unidos menor que o previsto anteriormente este ano.

A governadora do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Michelle Bowman, argumentou, nesta quarta, em um discurso na Flórida, que os "progressos" no combate à inflação marcaram o passo nos últimos meses, mas afirmou que vê mais riscos para a estabilidade dos preços do que para o mercado de trabalho.

A resiliência da economia americana, a persistência da inflação e a perspectiva de um novo mandato de Donald Trump, que poderia impulsionar um aumento dos preços, jogam a favor de um dólar forte.

Para Matthew Weller, o vigor do dólar é um dado "que os outros bancos centrais devem considerar", pois tem um efeito sobre suas economias.

Nesta quarta, o banco central da Indonésia manteve inalterada em 6% sua principal taxa de juros pelo segundo mês consecutivo. Para sustentar esta decisão, mencionou os "acontecimentos políticos nos Estados Unidos", que trazem o risco de que o crescimento mundial ceda e que a inflação "retome" força, segundo o organismo.

"A pressão à baixa sobre várias moedas cresce", assinalou o Banco da Indonésia. "Um endurecimento da política (monetária) é necessário para os países emergentes, incluindo a Indonésia, resistirem ao efeito negativo", acrescentou.

Na terça-feira, o Banco Central do Paraguai e seu similar da Hungria mantiveram suas taxas de juros. Desde a eleição de Donald Trump, em 5 de novembro, Romênia e Uruguai também o fizeram.

No começo do mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil elevou a Selic, sua taxa básica de juros, em meio ponto percentual, a 11,25%.

Em meio a incertezas sobre a inflação, o Copom decidiu de forma unânime elevar a Selic pela segunda vez consecutiva no ciclo de ajuste iniciado em setembro.

O.Merendino--PV