Cepal melhora projeção de crescimento regional em 2024, de 1,8% para 2,2%
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) revisou para cima, nesta quarta-feira (18), o crescimento do PIB da região em 2024, de 1,8% para 2,2%, um aumento que considerou "baixo". Para o Brasil, a Cepal projetou expansão de 3,2% este ano.
"Persistem o baixo ritmo de criação de emprego, a informalidade elevada e as brechas de gênero significativas nos mercados de trabalho da região", explicou a Cepal em um relatório apresentado em uma conferência virtual.
Prevê-se que em 2025 o crescimento na região seja de 2,4%, um percentual menor que os 3,2% da média mundial.
"Este baixo crescimento do PIB regional se traduziu em que as economias da América Latina e do Caribe contribuem cada vez menos para o crescimento mundial e em que a expansão do emprego se mantenha baixa", assegurou a Cepal.
Segundo o informe, na década 2015-2024, os países da América Latina mostraram um crescimento econômico baixo, com taxa média de 1%.
Para o Brasil, a maior economia da região, a Cepal projetou para este ano uma expansão do PIB de 3,2%, mas de apenas 2,3% em 2025.
Na Argentina, que viveu o primeiro mandato do presidente ultraliberal Javier Milei, estima-se que a economia sofrerá contração de 3,2% en 2024, mas crescerá 4,3% em 2025.
Para o secretário-executivo da Cepal, José Manuel Salazar-Xirinachs, este crescimento esperado tem a a ver com os efeitos das "medidas tomadas pelo presidente Milei em seu primeiro ano de governo".
"Durante a segunda parte de 2024, observou-se uma recomposição da renda real a partir da redução da inflação que teve repercussões positivas sobre o consumo privado", exemplificou Salazar-Xirinachs, o que repercutirá no crescimento de 2025.
No entanto, ele alertou que este crescimento será desigual, já que "as pensões, os salários do setor público e as remunerações dos trabalhadores informais ficaram para trás diante da rápida recomposição dos salários reais do setor privado".
No México, a projeção de expansão do PIB para 2024 é de 1,4%, menor que o 1,9% previsto no informe de agosto passado. No Chile, o crescimento também foi revisado para baixo, de 2,6% para 2,3%.
Para países como Venezuela (6,2%), Peru (3,1%), Costa Rica (4,1%) e Colômbia (1,8%), houve melhora em relação à estimativa anterior.
L.Guglielmino--PV