Pallade Veneta - Grupos estudantis suspensos por guerra em Gaza denunciam censura de universidade nos EUA

Grupos estudantis suspensos por guerra em Gaza denunciam censura de universidade nos EUA


Grupos estudantis suspensos por guerra em Gaza denunciam censura de universidade nos EUA
Grupos estudantis suspensos por guerra em Gaza denunciam censura de universidade nos EUA / foto: SPENCER PLATT - GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP

Duas associações de estudantes americanas, que haviam organizado manifestações pedindo um cessar-fogo no conflito entre Israel e o Hamas, denunciaram uma "censura" após serem suspensas pela renomada Universidade de Columbia, cujas autoridades as acusaram na sexta-feira (10) de terem "violado" as regras institucionais.

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Na sexta, a universidade sediada em Manhattan, Nova York, anunciou que suspendeu os grupos "Jewish Voice for Peace" (Voz Judaica pela Paz, JVP) e "Students for Justice in Palestine" (Estudantes pela Justiça na Palestina, SJP) após organizarem protestos contra o conflito.

Gerald Rosberg, presidente do comitê especial de segurança do campus da instituição, justificou em um comunicado: "Esta decisão foi tomada depois que os dois grupos violaram repetidamente as políticas da universidade relacionadas à realização de eventos no campus, culminando em um ato não autorizado na quinta-feira à tarde, que ocorreu apesar dos avisos e incluiu retórica ameaçadora e intimidação".

- 'Censura e Intimidação' -

Mas o JVP replicou no dia seguinte e expressou estar "consternado" com o que chamou de "medida de censura e intimidação por parte da administração" da instituição.

"A universidade afirma falsamente que essas associações violaram as normas ao pedir um cessar-fogo em Gaza, onde 11.000 civis perderam a vida, incluindo pelo menos 4.500 crianças", reagiu a associação em um comunicado à imprensa.

"Os estudantes membros dessas associações agem com uma moral clara: denunciam a guerra e tentam salvar vidas pedindo um cessar-fogo", acrescentou o JVP.

"A Columbia afirma que os palestinos, os estudantes que apoiam os palestinos e os estudantes judeus que rejeitam as ações de Israel em seu nome não são bem-vindos no campus", destacou.

Por sua vez, o grupo SJP também protestou, publicando esta mensagem no Instagram: "Podem fechar nossas associações, mas não podem impedir que nossos corações batam pela libertação, humanidade e liberdade da Palestina."

A suspensão retira o financiamento dado aos grupos e impossibilita que realizem eventos no campus.

- Protestos generalizados -

Segundo Rosberg, a suspensão só será levantada se ambas as associações demonstrarem disposição em cumprir as normas da Columbia.

"Isso garante tanto a segurança de nossa comunidade quanto a realização das atividades essenciais da universidade", durante o que Rosberg descreveu como "tempos carregados" com protestos nos Estados Unidos.

Centenas de estudantes da Columbia abandonaram suas aulas na quinta-feira, de acordo com a imprensa local, para participar de um protesto organizado pelos dois grupos sancionados, no qual pediam a Washington que impulsionasse um cessar-fogo na luta de Israel contra o grupo islamista palestino Hamas, que lançou um ataque sem precedentes em 7 de outubro, no qual cerca de 1.200 pessoas morreram, segundo as autoridades israelenses.

A retaliação israelense com bombardeios maciços contínuos e incursões terrestres já deixou mais de 11.000 palestinos mortos, incluindo 4.500 crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, território controlado pelo Hamas.

Os estudantes que participaram do protesto de quinta-feira pediram que a universidade classificasse a operação e o cerco israelense a Gaza como "genocídio", além de exigir que a universidade retire seus investimentos em instituições israelenses.

Nos campi das universidades americanas, incluindo Harvard, Stanford e Universidade de Nova York, confrontos envolvendo estudantes, professores e administradores se multiplicaram, resultando em debates virais nas redes sociais, com troca de acusações de antissemitismo, islamofobia e ameaças à liberdade de expressão.

M.Romero--PV