Messi tem a missão de resgatar o Inter Miami do fundo do poço da MLS
Para ampliar o retrospecto individual mais exuberante do futebol mundial, Lionel Messi terá que dar uma reviravolta completa no Inter Miami, um dos piores times da temporada na Liga Norte-Americana (MLS).
A franquia que tem o ex-craque David Beckham como co-proprietário confia na chegada do astro argentino, que será apresentado no domingo em grande estilo, para reverter sua pior sequência de resultados desde sua entrada na MLS em 2020.
Para colocar o time de volta nos trilhos, Messi contará com o apoio do veterano meio-campista espanhol Sergio Busquets, que também é esperado no evento de domingo.
O Inter corre contra o tempo para concretizar a contratação de outros ex-companheiros do argentino no Barcelona, como Jordi Alba, enquanto Gerardo 'Tata' Martino foi contratado para comandar a equipe. Ele já dirigiu Messi em duas etapas no Barça e na seleção da Argentina, sem grandes títulos.
A equipe da Flórida acumula dez jogos consecutivos sem vencer, incluindo sete derrotas consecutivas, o que a fez afundar para a última posição da Conferência Leste com 18 pontos em 21 rodadas.
O campeonato norte-americano, porém, tem um formato propício a surpresas. Com 13 partidas a serem disputadas, o Inter está a 11 pontos das vagas do playoff, para o qual se classificam 16 das 29 equipes.
Depois de uma primeira fase com uma modalidade inédita de melhor de três jogos, os duelos de mata-mata serão disputados em jogo único nos estádios dos melhores classificados da fase regular, assim como a final do dia 9 de dezembro.
"Nos playoffs, tudo pode acontecer. Vimos que às vezes os últimos times vencem os primeiros", disse o diretor esportivo da MLS, Alfonso Mondelo, à AFP esta semana.
"É o que torna este campeonato um pouco mais diferenciado e emocionante. Há uma pós-temporada como na NBA ou na NFL e é outro mundo", afirmou ele. "Lá a competição fica aberta para todos."
- Elenco em renovação -
Além do título da MLS, o Inter de Messi também disputará a Leagues Cup, torneio pioneiro que reunirá durante um mês as 47 equipes das ligas norte-americana e mexicana. O craque de Rosario deve estrear com a camisa rosa do Inter na abertura da Copa das Ligas, no dia 21 de julho, contra o Cruz Azul.
A terceira competição do ano, de menor dimensão, é a US Open Cup, em que o Inter está nas semifinais e que garante ao vencedor a vaga na Copa dos Campeões da Concacaf de 2024, via de acesso ao Mundial de Clubes.
Os resultados esportivos do Inter nunca corresponderam às ambições manifestadas por Beckham e pelos demais donos da franquia.
Suas primeiras 'contratações bombásticas', o francês Blaise Matuidi e o argentino Gonzalo Higuaín, chegaram no fim de suas carreiras e não conseguiram virar o jogo de uma franquia que só disputou uma rodada dos playoffs desde 2020.
Nesta temporada, o Inter substituiu o aposentado Higuaín pelo venezuelano Josef Martínez que, após uma grave lesão no joelho, não voltou à forma com que conquistou o prêmio de MVP de 2018.
Entre Martínez e o equatoriano Leonardo Campana, outro atacante que poderia acompanhar Messi, eles somam apenas 10 gols. O meio-campista mexicano Rodolfo Pizarro, talvez o maior talento do elenco, nunca se firmou em Miami e está de saída para deixar uma vaga de franqueado para Messi ou Busquets.
Vários jogadores que ainda não completaram 20 anos atuam no meio-campo, como o argentino Benjamin Cremaschi. Na retaguarda o time conta com dois experientes zagueiros: o ucraniano Sergiy Kryvtsov e o canadense Kamal Miller, que não têm conseguido evitar que o Inter seja a quarta defesa mais vazada (33).
- Reencontro com Martino -
A crise de resultados do Inter levou à demissão, em junho, do treinador inglês Phil Neville, cujo cargo, após um breve período ocupado por um interino, foi assumido esta semana por Gerardo Martino.
Também nascido em Rosario, 'Tata' Martino comandou Messi durante uma temporada no Barcelona (2013-14) que terminou com apenas um título da Supercopa da Espanha.
Logo depois, Martino assumiu a seleção argentina para mais uma breve passagem que terminou com duas derrotas frustrantes nas finais da Copa América de 2015 e 2016 para o Chile nos pênaltis.
O treinador, depois de uma passagem apagada pela seleção mexicana, se reencontra agora com Messi num campeonato em que viveu uma das maiores vitórias da sua carreira, ao levar o Atlanta United ao título de 2018.
P.Colombo--PV