COI rechaça acusações de Putin de 'discriminação étnica'
O Comitê Olímpico Internacional (COI) rechaçou nesta sexta-feira (20) as acusações de "discriminação étnica" lançadas pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, que criticou as limitações à participação de atletas russos nos Jogos de Paris 2024.
"Rechaçamos com firmeza as acusações de que essas medidas constituem 'discriminação étnica'", declarou um porta-voz do COI em e-mail enviado à AFP.
A participação nos Jogos "não é, em nenhum caso, um direito humano", e "as condições estritas que o COI estabeleceu em suas recomendações às federações internacionais para a participação [sob bandeira] neutra dos atletas que têm um passaporte russo, ou bielorrusso, estão de acordo com a Carta Olímpica", explicou o comitê, acrescentando que essas recomendações foram estabelecidas como uma reação "à violação" desta mesma carta por parte de Moscou e Minsk.
Na quinta-feira (19), Putin acusou o COI de "discriminação étnica" aos atletas de seu país.
"Graças a alguns dirigentes do atual Comitê Olímpico Internacional, aprendemos que os Jogos podem ser utilizados como um instrumento de pressão política contra pessoas que não têm nada a ver com a política e como um [instrumento] grosseiro de discriminação racista", disse o presidente russo em um discurso sobre o esporte em Perm, na região dos Urais.
Segundo Putin, para o COI, "um convite aos Jogos não é um direito incondicional dos melhores atletas, e sim uma espécie de privilégio".
No dia 12 de outubro, o COI suspendeu o Comitê Olímpico Russo por ter colocado sob sua autoridade diversas organizações esportivas de regiões ucranianas ocupadas pelo Exército da Rússia.
Os atletas russos foram suspensos de todas as competições internacionais após o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Em março de 2023, o COI recomendou a reintegração dos atletas às competições internacionais, sem tomar uma decisão definitiva sobre os Jogos Olímpicos, caso competissem sob bandeira neutra, a título individual e se não tivessem "apoiado ativamente a guerra".
A Ucrânia ameaçou boicotar os Jogos de Paris, caso russos e bielorrussos sejam autorizados a participar do evento.
A Rússia já foi excluída do esporte mundial há dois anos, devido à descoberta de um sistema de dopagem institucionalizado de seus atletas.
Belarus faz parte das sanções, porque é um aliado incondicional do governo russo e permitiu o uso de seu território para atacar a Ucrânia em 2022.
A.Fallone--PV