Pallade Veneta - Aliados da Ucrânia preparam nova ajuda antes de possível contraofensiva contra Rússia

Aliados da Ucrânia preparam nova ajuda antes de possível contraofensiva contra Rússia


Aliados da Ucrânia preparam nova ajuda antes de possível contraofensiva contra Rússia
Aliados da Ucrânia preparam nova ajuda antes de possível contraofensiva contra Rússia / foto: Andre Pain - AFP

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, se mostrou convencido nesta sexta-feira (21) de que a Ucrânia estaria pronta para lançar uma contraofensiva que lhe permitiria recuperar territórios ocupados pelas tropas invasoras russas.

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"Estou confiante de que [os ucranianos] estão em posição de libertar mais territórios", declarou Stoltenberg, à margem de uma reunião de cerca de 50 países aliados da Ucrânia na base militar americana em Ramstein, Alemanha.

Um ano depois de sua criação, o grupo de países que apoia militarmente a Ucrânia se converteu "em uma extraordinária comunidade de ação", que permitiu conseguir "avanços impressionantes" no terreno, assegurou o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu na quinta-feira aos aliados ocidentais que enviem mais caças e mísseis de longo alcance.

Zelensky fez seus pedidos diretamente a Stoltenberg, que visitou Kiev antes de seguir para Ramstein.

"Juntos, nós asseguraremos que a Ucrânia tenha tudo o que necessita", declarou Austin, enquanto anunciava a próxima entrega de tanques pesados Abrams à Alemanha para poder formar soldados ucranianos antes de seu deslocamento ao campo de batalha.

Zelensky pediu a ajuda da Otan para "superar a relutância" de alguns Estados-membros em fornecer foguetes de longo alcance, aviões de combate modernos e veículos blindados.

- Batalha de desgaste -

Alguns membros da Otan enviaram caças da era soviética para a Ucrânia, mas, até agora, nenhuma aeronave moderna, como o F-16 desenvolvido pelos EUA, apesar dos apelos de Kiev.

Os parceiros ocidentais da Ucrânia também relutam em enviar foguetes de longo alcance por medo de que a Ucrânia os use para atacar alvos dentro da Rússia.

"Todos estamos convencidos de que o que a Ucrânia necessita urgentemente é uma capacidade de defesa aérea baseada em terra", enfatizou Austin.

O chefe do Estado-Maior americano, o general Mark Milley, argumentou, por sua vez, que os russos "dispõem de um poder aéreo considerável", por isso que "equiparar a força aérea ucraniana à russa exigiria um esforço considerável".

Apesar disso, Stoltenberg reconheceu a necessidade de se falar em novas "plataformas" de apoio ao conflito, e sublinhou a necessidade de garantir que as armas já fornecidas continuem funcionando.

"Agora, esta é uma batalha de atrito e uma batalha de atrito se torna uma guerra de logística", disse o chefe da Otan.

Os representantes ucraniano, polonês e alemão se colocaram de acordo para implementar um "centro de reparação conjunto na Polônia" para os tanques Leopard 2, anunciou o ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius.

A reunião em Ramstein provocou a ira de Moscou contra os países ocidentais.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que essa iniciativa "confirma a participação direta [desses países] no conflito e a participação no planejamento de operações militares".

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, também acusou a OTAN de tentar "absorver e arrastar a Ucrânia para aliança" militar transatlântica, o que, segundo ele, demonstra que a Rússia tinha razão ao "lançar esta operação", em fevereiro de 2022, para garantir sua segurança.

- Defesa antiaérea -

Stoltenberg revelou que a Ucrânia já recebeu sistemas de mísseis Patriot terra-ar dos Estados Unidos e da Alemanha, sem especificar a quantidade.

Há muito tempo a Ucrânia exigia esse material de seus aliados ocidentais para se defender contra ataques de mísseis russos e repelir a invasão.

Na província de Luhansk, no leste da Ucrânia, jornalistas da AFP viram um grupo de soldados usando artilharia fornecida pelo Reino Unido.

Durante a visita de Stoltenberg a Kiev, o chefe da Otan sublinhou que a entrada da Ucrânia na aliança não é uma prioridade imediata.

"Sem uma Ucrânia soberana e independente, não faz sentido falar em adesão", afirmou.

Os aliados de Kiev proporcionaram mais de US$ 55 bilhões (R$ 277 bilhões) em ajuda à segurança da Ucrânia e mais de US$ 35 bi (R$ 177 bi) vieram dos Estados Unidos, segundo Lloyd Austin.

A.Graziadei--PV