Manifestantes pedem 'liberdade' em povoado de Cuba
Um grupo de cubanos saiu neste sábado (6) para protestar sob gritos de "Liberdade, Liberdade!" em Caimanera (leste), povoado a 1.000 km de Havana, segundo vídeos que circulam nas redes sociais. Autoridades atribuíram o protesto a "uma indisciplina" de pessoas embriagadas.
A manifestação ocorreu naquele povoado pesqueiro de aproximadamente 10.000 habitantes, na província oriental de Guantánamo, próximo à base Naval dos Estados Unidos. Nas imagens divulgadas, viam-se dezenas de pessoas caminhando na rua, enquanto outros registravam com seus celulares esta rara expressão de protesto na ilha caribenha.
Os vídeos da manifestação começaram a viralizar pouco depois das 20h locais. Minutos mais tarde, a rede de dados móveis começou a falhar no país.
O site NetBlocks, que vigia os bloqueios de internet no mundo, com sede em Londres, confirmou em sua conta no Twitter que "os dados da rede mostram um colapso no tráfego de internet em Cuba". Informou, também, que o mesmo voltou parcialmente horas depois.
A filial da Anistia Internacional (AI) para as Américas disse que estava "recebendo relatórios de protestos em Caimanera" e pediu "às autoridades para respeitar e garantir o direito ao protesto (...) sem repressão".
Em um dos vídeos, é possível ver um homem reclamar por falta de eletricidade e outras carestias, em um período que Cuba vive sua pior crise econômica em 30 anos, com escassez de alimentos e medicamentos. A falta de combustível também se agravou no último mês.
Depois da meia-noite, o Ministério das Forças Armadas Revolucionárias atribuiu o protesto a "uma indisciplina em uma festa pública causada por pessoas embriagadas", acrescentando que "a população contribuiu para restabelecer a ordem". Durante a madrugada, circularam vídeos mostrando pessoas vestindo uniforme militar agredindo manifestantes.
A embaixada dos Estados Unidos afirmou neste domingo (7), em sua conta no Twitter, que "as forças de segurança cubanas responderam violentamente aos protestos pacíficos (...), agredindo cidadãos por reclamarem por direitos humanos".
E.Magrini--PV