Pallade Veneta - UE condecora Zelensky na Alemanha por compromisso com 'valores' europeus

UE condecora Zelensky na Alemanha por compromisso com 'valores' europeus


UE condecora Zelensky na Alemanha por compromisso com 'valores' europeus
UE condecora Zelensky na Alemanha por compromisso com 'valores' europeus / foto: John MACDOUGALL - AFP

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, recebeu, neste domingo (14), um prêmio por seu compromisso com os "valores" europeus durante uma visita à Alemanha, país que classificou como um "verdadeiro amigo" e "aliado confiável", após o anúncio de um novo pacote de armas a Kiev.

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"O presidente Zelensky e o povo da Ucrânia lutam pelos valores e pela obrigação que este prêmio representa", declarou a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Aachen, no oeste da Alemanha.

"E, ao fazê-lo, também estão lutando por nossa própria liberdade e pelos nossos valores. Democracia e estado de direito, liberdade de expressão e liberdade para criar seu próprio destino", acrescentou, durante a cerimônia de entrega do Prêmio Carlos Magno (ou Prêmio Charlesmagne), que promove a unidade europeia.

O chefe do governo alemão, Olaf Scholz, que acompanhou o presidente ucraniano, afirmou, por sua vez, que "a Ucrânia faz parte da nossa família europeia".

"A guerra de agressão da Rússia aproximou, mais do que nunca, União Europeia e Ucrânia", insistiu.

Ambos os líderes se reuniram algumas horas antes em Berlim, que foi blindada para a primeira visita de Zelensky à Alemanha desde o início da invasão russa, há 15 meses. Nela, o ucraniano foi recebido pelo chefe do governo alemão, Olaf Scholz, com todas as honras militares.

"Gostaria de lhe agradecer, Olaf, sinceramente, assim como a todo o povo alemão, por cada vida ucraniana salva graças ao seu apoio", disse Zelensky, em entrevista coletiva conjunta.

Scholz garantiu que a Alemanha apoiará a Ucrânia pelo tempo que for necessário e especificou que o apoio de seu país, incluindo armas, chegou até agora a 17 bilhões de euros (cerca de 18,5 bilhões de dólares, ou 91 bilhões de reais, na cotação atual).

Anunciado ontem, o novo pacote alemão inclui dezenas de tanques, veículos blindados, drones de vigilância e quatro novos sistemas de defesa antiaérea Iris-T. Para o vice-ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrij Melnyk, é insuficiente.

Após o encontro, ambos seguiriam para Aachen (oeste), onde Zelensky recebe, à tarde, o Prêmio Carlos Magno, que reconhece o compromisso com a unificação europeia.

E, na noite de hoje, o presidente ucraniano visitará a França, para uma reunião com seu homólogo francês, Emmanuel Macron.

- 'Aliado confiável' -

Zelensky, que diz não querer "atacar o território russo", e sim, concentrar-se na libertação dos territórios ocupados, pediu a Scholz que apoie a entrega de aviões de combate, algo que a Alemanha se recusou a fazer até o momento.

Ele também se mostrou aberto a "discussões" de paz, mas "apenas" sob as condições ucranianas.

Hoje, o presidente ucraniano também se reuniu com seu homólogo Frank-Walter Steinmeier.

"Durante o período mais difícil da história moderna da Ucrânia, a Alemanha mostrou ser nossa verdadeira amiga e nossa aliada confiável", agradeceu Zelensky, no livro de visitas da Presidência alemã.

Por ocasião de sua visita, Zelensky e seu ministro das Relações Exteriores, Dmitro Kuleba, participaram de uma reunião com vários ministros alemães, incluindo a ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock.

As relações entre Kiev e Berlim sobre ajuda militar ficaram tensas durante muito tempo, e a Alemanha foi muito criticada por não fornecer armas suficientes. Nos últimos meses, intensificou seu apoio.

Zelensky visitou Roma no sábado, onde se encontrou com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e com o papa Francisco, no Vaticano, a quem agradeceu por sua "atenção" à "tragédia de milhões de ucranianos".

- Guerra de narrativas -

Esta viagem ocorre em meio aos preparativos de uma contraofensiva do Exército ucraniano, enquanto Ucrânia e Rússia reivindicam avanços no "front" ao redor da cidade de Bakhmut.

Neste domingo, a Ucrânia anunciou que recuperou "mais de dez posições" russas nos subúrbios de Bakhmut (leste), epicentro dos combates há vários meses e onde se registra, nos últimos dias, um avanço ucraniano sobre os flancos das defesas russas.

"Hoje, nossas unidades recuperaram mais de dez posições inimigas ao norte e ao sul dos subúrbios de Bakhmut", disse a vice-ministra da Defesa, Ganna Maliar, no Telegram, acrescentando que "intensos combates continuam sendo travados" nesta cidade devastada.

A Ucrânia está tentando recuperar terreno nas regiões de Donetsk e de Lugansk (leste), assim como em Kherson e Zaporizhia (sul), cuja anexação é reivindicada pela Rússia.

Também hoje, o chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgueni Prigozhin, voltou a criticar a inação do Exército regular russo em Bakhmut. Em uma nota à imprensa, acusou "as forças aerotransportadas" de não apoiarem seus homens.

No terreno, o Exército ucraniano disse no sábado que estava "avançando" no entorno de Bakhmut. A Rússia garantiu, por sua vez, que continua avançando nesta cidade devastada, em grande parte sob seu controle.

Neste domingo, o Ministério russo da Defesa afirmou ter atacado Ternopil (oeste) e Petropavlivka (centro-leste), na Ucrânia, locais que albergavam armas ocidentais entregues a Kiev para repelir a ofensiva de Moscou.

Em um raro anúncio de baixas no campo de batalha, o Ministério da Defesa da Rússia informou, em um comunicado, que os comandantes Vyacheslav Makarov e Yevgeny Brovko morreram "heroicamente".

R.Zaccone--PV