Pallade Veneta - Argentina segue com pressão cambial apesar de aumento dos juros

Argentina segue com pressão cambial apesar de aumento dos juros


Argentina segue com pressão cambial apesar de aumento dos juros
Argentina segue com pressão cambial apesar de aumento dos juros / foto: Elena BOFFETTA - AFP

A pressão sobre o câmbio informal na Argentina se manteve nesta terça-feira (16), com um aumento de 1,04% na cotação do 'dólar Blue', o paralelo, apesar de o Banco Central ter elevado a taxa básica de juros em 600 pontos.

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A moeda americana, impulsionada por grupos financeiros, foi cotada a 488 pesos por dólar (+1,04%) no mercado paralelo, e a 442 pesos (+1,09%) na Bolsa de Comércio para operações com títulos soberanos.

O Banco Central elevou a taxa de juros de 91% para 97% com o propósito de melhorar os rendimentos dos depósitos bancários e evitar a aquisição de moeda americana.

As autoridades adotaram essa medida em reação a uma inflação que chegou a 8,4% em abril, em estimativa mensal, 32% neste ano de 2023 e a mais de 108% em 12 meses. O contexto é de forte pressão sobre o dólar, considerado um ativo de segurança no país.

O aumento do "dólar Blue" tem reflexos imediatos nos preços da economia, em particular nos alimentos, que cresceram em média 10% em abril.

O governo está adotando algumas medidas que jamais foram anunciadas de forma oficial. Uma delas, que havia sido repercutida pela imprensa local e foi aplicada nesta terça, é a redução da taxa de juros sobre as compras parceladas e financiadas pelo Estado.

Fontes oficiais citadas pela imprensa local assinalaram que essa medida baixou a taxa em nove pontos, de 82,45% a 72,75%, para incentivar o consumo, meta prioritária do governo em um ano de eleições presidenciais e para a renovação do Congresso, que acontecem em outubro.

Candidato potencial a presidente pela situação peronista, o ministro da Economia, Sergio Massa, segue sem aparecer publicamente nos últimos dias, nem nas entrevistas coletivas ou nos meios de comunicação para anunciar as medidas.

Um dado negativo para o governo foi a divulgação de que, em abril, a cesta básica aumentou 7,3% em um mês, para 203.000 pesos (pouco mais de 4.000 reais, na cotação atual), segundo o instituto oficial de estatística, em um país onde a pobreza atinge 40% da população.

Já o câmbio oficial subiu 0,21% nesta terça, para 240 pesos por dólar. O governo aplica um mecanismo conhecido como 'crawling peg', um regime de flutuação cambial que permite minidesvalorizações diárias.

C.Conti--PV