Pallade Veneta - Otan acha possível conciliar adesão da Suécia até julho

Otan acha possível conciliar adesão da Suécia até julho


Otan acha possível conciliar adesão da Suécia até julho
Otan acha possível conciliar adesão da Suécia até julho / foto: Kenzo Tribouillard - AFP

Dois dias após o presidente turco, Tayyip Recep Erdogan, ser reeleito em seu país, o chefe da Otan expressou um cauteloso otimismo sobre a possibilidade de acolher a Suécia na aliança, à medida que os Estados Unidos pressionam Ancara a abandonar suas objeções.

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Suécia e Finlândia reverteram no ano passado décadas de indecisão e solicitaram formalmente sua adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) depois que a Rússia invadiu a Ucrânia. O país sob ataque havia tentado sem sucesso ingressar na aliança, cujo objetivo é a proteção mútua entre seus membros.

No entanto, as decisões devem ser unânimes e a Turquia usa sua influência para pressionar a respeito da presença de militantes curdos, permitindo que a Finlândia entrasse na Otan em abril, mas bloqueando a Suécia.

A adesão da Suécia é "absolutamente possível" até a cúpula de julho na Lituânia, afirmou nesta terça-feira (30) o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg.

"Não há garantias, mas é absolutamente possível alcançar uma solução que assegure a decisão sobre uma adesão plena" antes da cúpula, disse Stoltenberg em Oslo.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, em visita a Estocolmo a caminho de Oslo, declarou que a Suécia atendeu às preocupações turcas.

"Chegou o momento de finalizar a adesão da Suécia" à Otan, defendeu Blinken durante coletiva de imprensa conjunta com o premiê sueco, Ulf Kristersson.

"Instamos tanto a Turquia como a Hungria a ratificarem a adesão o quanto antes", disse Blinken. "Não há razão para mais tempo. A Suécia já está preparada", acrescentou.

Segundo Blinken, os Estados Unidos desejam concluir o processo "nas próximas semanas".

- Ira turca -

Erdogan, que comanda a Turquia há duas décadas, ganhou no domingo outro mandato de cinco anos após uma campanha em que prometeu desafiar o Ocidente.

Ele acusou a Suécia, com suas generosas políticas de asilo, de abrigar "terroristas", especialmente membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), criminalizado por Ancara.

Apesar das esperanças de adesão, a Turquia lamentou nesta terça que as autoridades suecas permitissem um protesto "inaceitável" de ativistas direcionado a Ancara.

O comitê pró-curdo Rojava da Suécia divulgou na segunda-feira um vídeo contra Erdogan que mostra uma bandeira do PKK projetada sobre o Parlamento sueco, a mais recente de várias ações do grupo.

Stoltenberg disse ter mantido "contatos constantes com as autoridades turcas" para tentar superar os últimos obstáculos à adesão sueca.

Blinken minimizou qualquer relação entre a adesão da Suécia e uma possível venda de caças americanos F-16 para a Turquia, embora o presidente Joe Biden tenha parecido estabelecer uma conexão em declarações a jornalistas após uma ligação para parabenizar Erdogan.

"São questões diferentes. Ambas, no entanto, são vitais, em nossa opinião, para a segurança europeia", afirmou Blinken.

No início deste ano, Washington manifestou seu apoio a um pacote de US$ 20 bilhões (cerca de R$ 100,7 bilhões) em F-16 para a Turquia, que inclui 40 novas aeronaves e melhorias em outras 79.

Mas ainda é possível que o Congresso bloqueie a venda. Bob Menéndez, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, se mostrou preocupado com a possibilidade de Erdogan usar os aviões de guerra para intimidar ou até atacar a Grécia, país aliado da Otan.

Kristersson explicou a Blinken que Lulea - cidade sueca onde autoridades dos Estados Unidos e da Europa se reunirão na quarta-feira para discutir questões comerciais e tecnológicas - está a seis horas e meia de carro da fronteira com a Rússia.

"Preencher o vazio territorial no norte será uma das muitas contribuições de segurança da Suécia para a Otan quando nos juntarmos à aliança", disse Kristersson.

A Hungria, cujo governo de extrema direita mantém relações tensas com grande parte da União Europeia, também se recusou a dar sua bênção à Suécia, embora muitos considerem que esteja seguindo o exemplo da Turquia.

F.Dodaro--PV