Pallade Veneta - Trump, vítima política para clientes do restaurante cubano que visitou em Miami

Trump, vítima política para clientes do restaurante cubano que visitou em Miami


Trump, vítima política para clientes do restaurante cubano que visitou em Miami
Trump, vítima política para clientes do restaurante cubano que visitou em Miami / foto: Ricardo ARDUENGO - AFP

Elizabeth González almoçava nesta quarta-feira (14) no Versailles, o restaurante cubano em Miami que Donald Trump visitou no dia anterior após comparecer perante um tribunal federal. Assim como a maioria dos clientes, essa aposentada acredita que o ex-presidente dos Estados Unidos é vítima de perseguição política.

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"Essa acusação contra Donald Trump é uma questão política para prejudicar os republicanos e ele", diz essa mulher de 74 anos, nascida em Cuba. "O que está acontecendo está sendo copiado de países latino-americanos. Está acontecendo aqui."

Na terça-feira, depois de se declarar inocente de negligência na retenção de segredos de Estado, Trump não perdeu a oportunidade de se cercar de um grupo de apoiadores no Versailles antes de deixar Miami. Uma visita ao coração de Little Havana com os olhos voltados para as eleições de 2024.

O autoproclamado restaurante cubano mais famoso do mundo é um símbolo do exílio cubano e da oposição ao governo comunista da ilha. Por seus salões em estilo rococó passaram presidentes dos Estados Unidos como o democrata Bill Clinton e os republicanos George W. Bush e o próprio Trump.

Todos muito cientes da importância do voto cubano-americano e latino no sul da Flórida.

No terraço do Versailles, Hector Schwerert celebra a visita do ex-presidente e lamenta o que considera uma jogada política contra o favorito a obter a nomeação republicana para as presidenciais de 2024.

"É muito significativo que ele tenha vindo a este lugar emblemático para todos os cubanos e que fosse sua primeira parada após seu comparecimento" no tribunal de Miami, diz esse veterano do Exército dos Estados Unidos, nascido em Cuba há 69 anos.

"Não tenho a menor dúvida de que o procurador (do caso dos documentos confidenciais Jack) Smith foi selecionado pelo procurador-geral do Estado para buscar uma acusação contra o principal candidato do Partido Republicano", acrescenta. "Estamos nos parecendo muito com uma República das bananas".

A poucos metros dele, Hermes Pernía, um operário da construção civil venezuelano, também não tem dúvidas do suposto caráter político da acusação contra Trump.

"Isto é porque não querem que ele seja o candidato, porque sabem que ele vai ganhar", afirma esse homem de 44 anos.

"Como venezuelano, sei que o que está acontecendo é igual ao que ocorre no meu país. Estão afastando-o. É a mesma coisa que na América Latina", diz ele.

No restaurante, a maioria concorda com as declarações feitas por uma porta-voz de Trump, Alina Habba, na terça-feira na porta do tribunal: "A perseguição, o julgamento de um opositor político proeminente é o tipo de coisa que se vê em ditaduras como Cuba e Venezuela".

Para Jorge Castro, o único entrevistado que se declarou eleitor democrata, as comparações com os governos cubano e venezuelano não parecem sérias.

"O indiciamento foi sólido, bem descritivo, e a probabilidade de ele ser considerado culpado é grande", opina esse aposentado de 75 anos, que chegou de Cuba em 1961.

"Neste caso, nenhum dos que apoiam Trump disse que ele não é culpado, apenas que isso foi feito para eliminá-lo politicamente. E isso não é verdade", acrescenta.

T.Galgano--PV