Pallade Veneta - Rússia bombardeia Kiev durante missão de paz africana

Rússia bombardeia Kiev durante missão de paz africana


Rússia bombardeia Kiev durante missão de paz africana
Rússia bombardeia Kiev durante missão de paz africana / foto: ESA ALEXANDER - POOL/AFP/Arquivos

A Rússia lançou nesta sexta-feira (16) uma série de mísseis contra Kiev, durante a visita de uma delegação de governantes africanos que pretende buscar uma solução para o conflito.

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Os líderes africanos, incluindo o presidente da África do Sul Cyril Ramaphosa, se reunirão nesta sexta-feira com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, e no sábado com o russo Vladimir Putin, em São Petersburgo.

Pouco depois da chegada da delegação, as sirenes do sistema de defesa antiaérea foram acionadas e várias explosões foram ouvidas em Kiev.

A Força Aérea da Ucrânia afirmou que derrubou 12 mísseis russos, incluindo seis Kinzhal hipersônicos. Todos os projéteis foram interceptados no espaço aéreo ao redor de Kiev, informou a administração militar.

Os bombardeios são uma mensagem de Moscou aos mediadores africanos, segundo o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba.

"Os mísseis russos são uma mensagem para a África: a Rússia quer mais guerra, não a paz", tuitou.

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, informou que o ataque não provocou danos na cidade.

A delegação africana também visitou Bucha, nos arredores de Kiev e cenário, no ano passado, de um massacre de civis atribuído ao exército russo

- "Caminho para a paz" -

A delegação tem como objetivo "tentar encontrar um caminho para a paz no conflito", tuitou o porta-voz da presidência sul-africana, Vincent Magwenya.

A mediação acontece durante a contraofensiva das forças de Kiev, com a intensificação dos combates na frente de batalha e o aumento dos bombardeios russos contra as grandes cidades ucranianas.

Esta é a iniciativa mais recente de uma série de esforços diplomáticos que tentaram, em vão, acabar com o conflito.

Analistas, no entanto, consideram que a missão tem poucas possibilidades de sucesso.

"Os governantes africanos não podem ter um papel de mediação. Eles têm pouco peso político e não têm nenhuma influência", declarou à AFP o analista político ucraniano Anatoliy Oktysiuk.

A África do Sul, criticada por sua posição próxima a Moscou, se recusa a condenar a invasão russa e afirma que deseja permanecer neutra, com pedidos de diálogo.

Os países africanos criticaram de forma menos unânime a guerra iniciada pela Rússia na Ucrânia em fevereiro de 2022.

Putin tenta atrair os líderes africanos, alegando que a Rússia luta contra o imperialismo ocidental. E acusa os aliados da Ucrânia de bloquear, com as sanções, as exportações de cereais e fertilizantes russos, cruciais para a África.

- Retrocesso da Rússia -

No campo de batalha o exército russo reconheceu nesta sexta-feira que intensos combates estão em curso no sul da Ucrânia, pelo controle das cidades de Rivnopil e Urozhaine, e admitiu implicitamente pela primeira vez um retrocesso.

"Os combates mais ativos ocorrem nas cidades de Rivnopil e Urozhaine", afirmou o exército russo.

As cidades estão entre as que Ucrânia alegou ter recuperado na semana passada, na área de Vremivka.

A Rússia afirmou que "cinco ataques das Forças Armadas ucranianas foram impedidos".

Os combates pelo controle destas cidades provocam o retrocesso de alguns quilômetros das linhas russas para o sul e leste, na fronteira das regiões de Zaporizhzhia e Donetsk, parcialmente ocupadas pela Rússia.

O exército ucraniano relatou progressos na quinta-feira, apesar da "resistência intensa" das tropas russas.

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A.dCosmo--PV