Pallade Veneta - Mali vota projeto de Constituição que aumenta poderes presidenciais

Mali vota projeto de Constituição que aumenta poderes presidenciais


Mali vota projeto de Constituição que aumenta poderes presidenciais
Mali vota projeto de Constituição que aumenta poderes presidenciais / foto: OUSMANE MAKAVELI - AFP

Os malineses votaram, neste domingo (18), em um referendo sobre o projeto de uma nova Constituição, elaborado pela junta no poder, o que levou alguns a denunciarem o desejo dos militares de permanecer no comando deste país africano.

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O Mali é governado pelos militares desde o golpe de agosto de 2020, que encerrou uma década de instabilidade marcada por uma insurgência jihadista e pela crise política e econômica.

Cerca de 8,4 milhões de cidadãos foram convocados a votar sim ou não ao projeto de Constituição.

As seções eleitorais fecharam às 18h locais (15h de Brasília) e os resultados são esperados em 72 horas.

Os observadores esperam uma vitória do sim, embora com baixa participação.

Este é o primeiro teste eleitoral do coronel e líder do país, Assimi Goita, de 40 anos, que prometeu devolver o poder aos civis em 2024.

O projeto da nova Constituição fortalece o papel do presidente, que terá o poder de nomear e demitir o primeiro-ministro e os membros do gabinete.

O governo também responderá ao presidente, e não ao Parlamento, como estipula a atual Constituição de 1992.

Da mesma forma, a nova Constituição prevê anistia para os promotores de golpes de Estado perpetrados anteriormente, o que alimenta as especulações de que o coronel Goita possa ser candidato em uma futura eleição presidencial.

O país vem enfrentando dificuldades em boa medida desde 2012, quando uma insurgência separatista no norte se vinculou a islamitas com laços com a rede Al Qaeda e tomou grandes partes do território.

A França, ex-potência colonial, interveio militarmente e ajudou a repelir os islamitas, mas os ataques continuaram, e mais recentemente Bamaco trocou a aliança com Paris por outra com Moscou.

As disputadas eleições legislativas de março de 2020 e os protestos multitudinários contra um governo incapaz de pôr limites na insurgência, na corrupção e na crise econômica levaram a um golpe de Estado em agosto daquele ano.

Goita nomeou inicialmente um presidente interino, mas o expulsou em um segundo golpe em 2021 e assumiu ele mesmo a liderança do país.

M.Romero--PV