Presidente chinês celebra 'avanços' com EUA durante visita de Blinken
O presidente da China, Xi Jinping, celebrou nesta segunda-feira (19) os "avanços" entre Pequim e Washington durante um encontro com o secretário de Estado americano Antony Blinken, que visitou a potência asiática para tentar reduzir as tensões.
A reunião aconteceu no segundo e último dia da visita de Blinken à China, a primeira em quase cinco anos de um chefe da diplomacia dos Estados Unidos.
Vários temas abalaram a relação bilateral nos últimos anos, como o apoio de Washington à ilha autônoma de Taiwan, que Pequim considera parte do país, a rivalidade no setor de tecnologia, as reivindicações territoriais da potência asiática no Mar da China Meridional ou o tratamento dos uigures, uma minoria muçulmana do noroeste da China.
Após um encontro durante a manhã com o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, Blinken foi recebido durante a tarde por Xi Jinping no imponente Palácio do Povo, em Pequim.
"As duas partes conseguiram avanços e encontraram áreas de entendimento em vários pontos específicos", que não foram divulgados, afirmou Xi Jinping, que descreveu os avanços como "uma coisa muito boa", de acordo com um vídeo exibido pelo canal público CCTV.
"Espero que o secretário Blinken, por meio desta visita, possa dar uma contribuição positiva para estabilizar as relações China-Estados Unidos", declarou Xi.
No encontro de Blinken com o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi afirmou que a viagem "acontece em um momento crítico nas relações China-Estados Unidos".
"É necessário escolher entre o diálogo e o confronto, a cooperação ou o conflito", declarou Wang, que estimulou a retomada de um caminho "saudável" na relação bilateral e o "trabalho conjunto" para que China e Estados Unidos tenham uma boa relação.
- Firmeza sobre Taiwan -
Wang Yi aproveitou a oportunidade para reafirmar a posição de seu país a respeito de Taiwan.
Nos últimos meses, os contatos entre Washington e as autoridades taiwanesas, procedentes de um partido independentista, irritaram Pequim, que respondeu com exercícios militares de grande envergadura ao redor da ilha de governo democrático.
O governo comunista chinês considera Taiwan uma ilha rebelde, que não conseguiu reunificar com o restante de seu território desde o fim da guerra civil chinesa em 1949.
"A manutenção da unidade nacional permanece no núcleo dos interesses fundamentais da China e, nesta questão, a China não tem margem para transigir ou ceder", enfatizou Wang.
O secretário de Estado americano foi recebido no domingo pelo ministro chinês das Relações Exteriores, Qin Gang, que na hierarquia do governo chinês está abaixo de Wang Yi.
O encontro durou sete horas e meia, mais do que o tempo inicialmente previsto, e as duas partes concordaram em manter as linhas de comunicação abertas para evitar futuros conflitos.
- Evitar conflitos -
Os dois países informaram que Qin aceitou um convite para visitar Washington em breve.
As conversas de domingo foram "sinceras, substantivas e construtivas", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
Blinken destacou "a importância da diplomacia e de manter abertos os canais de comunicação sobre todos os temas para reduzir o risco de percepções e os erros de cálculo", acrescentou Miller.
A portas fechadas, Qin disse a Blinken que as relações entre Estados Unidos e China "estão no ponto mais baixo desde que as relações diplomáticas foram estabelecidas" em 1979, de acordo com a CCTV.
"Isto não está de acordo com os interesses fundamentais dos dois povos, nem atende às expectativas comuns da comunidade internacional", acrescentou Qin.
R.Lagomarsino--PV