Presidente de Cuba e Unesco pedirão prorrogação de programa cultural à UE
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, e a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, decidiram nesta quinta-feira (22) pedir em "conjunto" que a União Europeia (UE) prorrogue o financiamento de um programa para impulsionar o setor cultural no Caribe, indicaram fontes da instituição.
Em Paris, Díaz-Canel também se reuniu com secretário-geral da ONU, António Guterres, e com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, segundo imagens divulgadas pela Presidência cubana nas redes sociais.
"Reencontro com o presidente cubano @DiazCanelB, retomando o diálogo com o país e questões bilaterais que foram abandonadas nos últimos anos", tuitou Lula.
Desde 2020, o Transcultura, dotado com cerca de 15,5 milhões de dólares (cerca de 74 milhões de reais na cotação atual) financiados pela UE, apoia artistas e empresários em 17 países do Caribe, porém, o programa termina no final de 2023, explicou à AFP um funcionário da agência da ONU para a cultura.
"Devido a seu sucesso, decidiram defender conjuntamente ante a UE para que continue nos próximos anos", disse a fonte, acrescentando que durante a reunião também abordaram os "progressos" realizados na "restauração" da Cidade Velha de Havana, declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
O presidente cubano qualificou em sua conta no Twitter como "cordial" o encontro com Azoulay na sede da agência em Paris, a quem agradeceu "a colaboração da Unesco com Cuba, em especial o apoio recebido após a passagem do furacão Ian" em setembro de 2022.
O presidente comunista continua na França em uma viagem pela Europa que já o levou à Itália, Sérvia e Cidade do Vaticano, onde se reuniu com o papa Francisco. Na capital francesa, participou da Cúpula sobre Novo Pacto Financeiro Global, que termina na sexta.
Os países em desenvolvimento consideram difícil acessar financiamentos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM), que precisam para enfrentar ondas de calor, secas, inundações e também para superar a pobreza.
"Não vamos passar para a história como líderes que poderiam ter feito a diferença no destino comum e foram incapazes de fazê-lo. Não ignoremos os alertas, não subestimemos as urgências", advertiu Díaz-Canel, que criticou um sistema financeiro internacional "obsoleto" e "injusto".
R.Lagomarsino--PV