Pallade Veneta - Decisão judicial põe resultados das eleições na Guatemala em xeque

Decisão judicial põe resultados das eleições na Guatemala em xeque


Decisão judicial põe resultados das eleições na Guatemala em xeque
Decisão judicial põe resultados das eleições na Guatemala em xeque / foto: Johan ORDONEZ - AFP/Arquivos

A decisão da mais alta instância judicial da Guatemala de suspender a oficialização dos resultados das eleições de domingo, devido a queixas de irregularidades por parte de partidos de direita, coloca em dúvida o processo e gera alarme na União Europeia (UE) e na Organização dos Estados Americanos (OEA).

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A Corte de Constitucionalidade (CC) aceitou um recurso apresentado no sábado (1º) e ordenou ao Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) que suspenda "a qualificação e oficialização dos resultados, para que, até a data prevista para o segundo turno da eleição presidencial, tudo esteja devidamente apurado", conforme comunicado.

Antes dessa decisão provisória, a corte informou que nove partidos de direita haviam apresentado um recurso, buscando impedir que o TSE atribuísse a vitória a certos candidatos nas eleições sem investigar previamente supostas irregularidades.

A CC é o tribunal máximo do país, acima da Corte Suprema de Justiça. Atua em casos de supostas violações da Constituição, e sua decisão é inapelável.

Nas eleições gerais do último domingo, os candidatos social-democratas Sandra Torres (15,86%) e Bernardo Arévalo (11,77%) foram os mais votados entre 22 concorrentes e irão para o segundo turno em 20 de agosto.

O recurso da CC determina que seja convocada "uma nova audiência de revisão das apurações, na qual os sujeitos legítimos poderão apresentar objeções e impugnações que considerarem pertinentes".

A decisão ordena que, se for comprovado que "os resultados da votação podem ter sido alterados, a Junta Eleitoral Departamental e/ou do Distrito Central deverá fazer as modificações pertinentes ou, se for o caso, analisar se existem motivos para anulação previstos por lei".

- Perdedores -

As denúncias de suposta fraude começaram um dia após as eleições, quando Arévalo surpreendeu, ao passar para o segundo turno, já que as pesquisas colocavam-no em oitavo lugar.

Os partidos, incluindo o governista Vamos, entraram com o recurso na sexta-feira contra o TSE, "por considerar que há risco e ameaça iminente" de atribuição de cargos antes de as juntas eleitorais departamentais analisarem "os vícios contidos nas atas" de apuração em nível nacional, informou a corte.

Outro envolvido é o Partido Valor, que lançou a candidatura de Zury Ríos, filha do falecido ex-ditador Efraín Ríos Montt (1982-1983). A sigla denunciou na sexta-feira uma "fraude" nas eleições, devido à suposta alteração de mais de mil atas.

As mil atas representam 0,82% das 121.227 apuradas (de um total de 122.293), de acordo com dados oficiais.

Ríos, que estava entre os três favoritos nas pesquisas, ficou em sexto lugar com apenas 6,57% dos votos, enquanto o candidato oficial Manuel Conde ficou em terceiro lugar (7,84%).

Embora não tenha denunciado fraude, o Vamos expressou, em um comunicado divulgado na quinta-feira, sua "preocupação com a descoberta evidente de incongruências entre as atas apresentadas e os dados computados em diferentes mesas eleitorais".

- UE e OEA pedem respeito dos resultados -

Após tomar conhecimento da decisão da CC, as missões de observação eleitoral da União Europeia e da Organização dos Estados Americanos (OEA) pediram que a vontade do povo expressa nas urnas seja respeitada.

Em um comunicado, a UE reiterou às "instituições judiciais e aos partidos políticos que respeitem a clara vontade dos cidadãos expressa livremente nas eleições de 25 de junho".

Em um relatório preliminar de 27 de junho, a UE afirmou que "os cidadãos demonstraram seu firme compromisso com a democracia e com os valores cívicos" ao votar, mas alertou sobre "a deterioração do Estado de Direito e a judicialização, com fins políticos, de questões puramente eleitorais".

Além disso, fez um apelo para que "respeitem a separação de Poderes e o Estado de Direito como única forma de resolver as discordâncias que possam surgir sobre o processo eleitoral, de acordo com a lei e cumprindo a vontade popular depositada nas urnas".

A OEA se manifestou no mesmo sentido, instando "os Poderes do Estado, Legislativo, Judiciário e Executivo, a respeitarem a separação de Poderes, a integridade do processo eleitoral, assim como o trabalho e as conclusões alcançadas neste processo".

"O respeito à expressão do povo por meio do voto é essencial para manter a plena confiança nas eleições por parte dos cidadãos e da comunidade internacional", ressaltou o organismo regional em um comunicado.

O.Merendino--PV